Não basta abrir a janela para ver os campos e o rio Não é bastante não ser cego para ver as florestas, as árvores e as flores É preciso também não ter filosofia nenhuma Com filosofia não há árvores Há ideias apenas Há só cada um de nós como uma cave Há só uma janela fechada E todo mundo lá fora E o sonho do que se poderia ver quando a janela se abrisse Que nunca é o que se vê quando a janela se abre.(Fernando Pessoa)RESUMO: O artigo apresenta uma experiência em projeto social com crianças em situação de risco social e pessoal, envolvendo uma pedagoga e um artista. Ambos estudavam na mesma universidade, mas só se encontravam no trabalho. Dividiam responsabilidades, mas não as partilhavam. Como professora de ambos, em disciplinas e institutos diferentes, tive a oportunidade de acompanhar de perto seus embates. Proponho, aqui, uma reflexão sobre a necessidade, apesar das dificuldades, de aproximação de profissionais dos campos da arte e da educação. E, também, sobre a importância de encontrarmos caminhos para a pesquisa em arte na educação, que respeitem a especificidade do campo. Tomando como referência a psicologia junguiana, procuro discutir a importância de encontrar na imagem o fio condutor para a pesquisa em arte e a necessidade de desenvolvermos uma observação atenta e cuidadosa durante a pesquisa, dando tempo para emergir tudo o que for necessário ser descoberto.Palavras-chave: Arte. Educação. Psicologia junguiana. Pesquisa com imagens.
Através de memórias, experiências como e com professores de arte e observações coletadas ao longo de 20 anos supervisionando estágios no curso de graduação em artes visuais da Unicamp, reflito sobre a potência das atividades com linguagem visual na educação infantil. Dialogo com poetas e artistas, procurando imagens que enfatizem a importância de incentivarmos a imaginação e a expressão artística na primeira infância.
Se procurar bem, você acaba encontrando não a explicação (duvidosa) da vida, mas a poesia (inexplicável) da vida. (Carlos Drummond de Andrade)Pensar nos lugares do corpo e da arte na vida humana leva-nos, inescapavelmente, aos entrelugares, aos desvãos, aos esconderijos onde o inexplicável, poeticamente, também se faz presente... Coloca-nos numa posição onde não estamos nem lá nem cá, desafiando nosso desejo de encontrar um refúgio seguro.As relações entre corpo e arte são sempre e simultaneamente zonas de aproximação e distanciamento, de claridade e escuridão, de transparência e opacidade, porque entremeadas pelas múltiplas histórias do mundo que as vão entrelaçando, entretecendo, urdindo, enredando, como a cerzideira que vai tramando os fios e magicamente faz desaparecer as costuras que constituem o tecido.Nesse tecido, a fixidez cede espaço para a mobilidade, para as possibilidades de entrever aquilo que parecia dado, explicado, mas que já não está mais ali, porque foi transformado em outro... O dossiê que ora apresentamos, Entrelugares do corpo e da arte, tem esse desejo de mover-se sinuosamente, de um lado para outro, de baixo para cima, em diagonal; do corpo para a arte, da arte para o corpo; na continuidade e na descontinuidade dos tantos e dos intensos diálogos que os estudos do corpo e da arte vêm realizando já há algum tempo no meio acadêmico, habitando os lugares entre as áreas consideradas sérias e produtivas.Os entrelugares deste dossiê estão presentes na origem geográfica dos autores, em suas distintas formações e, sobretudo, nas diversas abordagens e perspectivas apresentadas em seus textos. Educadores, artistas, professores de edu-
Apresentamos, neste texto, aspectos de uma prática de formação docente realizada com estudantes do curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, parte de uma pesquisa de doutorado. Esta pesquisa configurou-se como uma investigação-formação, por englobar a realização concomitante de ações formativas e a investigação dessas ações. Os aspectos aqui abordados referem-se às experiências de aproximação das estudantes, futuras educadoras da infância, com elementos da linguagem teatral. As atividades teatrais vivenciadas possibilitaram o encontro destas futuras educadoras com o devaneio e o pensamento criativo próprio da poesia. Todo o processo foi gravado em áudio e vídeo. A partir da observação e análise das atividades teatrais, discutimos a importância da experiência criativa como constitutiva do incessante processo de tornar-se educador. Estudos produzidos sobre linguagem teatral e sobre arte e educação orientaram essas reflexões.
Este artigo relata uma investigação -formação, na qua l buscamos, pelo diálogo do teatro com a memória, perceber aspectos da docência muitas vezes ignorados nas ref lexões sobre as relações docente-discente — em especial, um deles: o “figurino” dos professores. Investigamos elementos da cena teatral, relacionando-os à docência. Buscamos evidenciar posturas assumidas pelos professores e possibilitar a reflexão e o questionamento sobre elas. O ponto de partida foram as lembranças dos sujeitos pesquisados em relação às roupas de seus professores. A partir da síntese das roupas lembradas individualmente, criou-se um figurino coletivo em grupo, após a experiência com exercícios teatrais e a ref lexão sobre qual imagem de professor gostariam de retratar. Este processo permitiu entrar em contato com aspectos significativos da docência, questioná-los e, em muitos casos, recriá-los.
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