Nesse texto pretendo apresentar um breve resumo das questões centrais referentes ao ensino de sociologia na escola média brasileira: a intermitência desse ensino, a fragmentação das pesquisas, as dificuldades na consolidação de conteúdos mínimos e de material didático. A partir de uma bibliografia recente e da própria experiência como professor de Metodologia do Ensino de Ciências Sociais, relaciono, por um lado, essas dificuldades ao distanciamento e à hierarquização existentes entre os cientistas sociais como intelectuais acadêmicos e cientistas sociais como professores do ensino médio e, por outro, ao divórcio e ao desequilíbrio existentes entre a formação do bacharel e a do licenciado no modelo efetivado com a criação das faculdades de Filosofia, Ciências e Letras desde a década de 1930. A short summary of the central questions regarding the teaching of Sociology in Brazilian secondary schools: the intermittent character of the teaching, the fragmentation of the researches, the difficulties in the consolidation of minimum contents and didactic materials. Based on a recent bibliography and on my own experience as Professor of Teaching Methodology of Social Sciences, I relate these difficulties, on the one hand, to the distance and hierarchization that exist between the social scientists as academic intellectuals and the social scientists as secondary teachers and, on the other, to the divorce and unbalance existing between the educational development of bachelors in social science and those taking Diploma in Education within the model in effect since the faculties of philosophy, sciences and letters were created in the 1930' s
Embora as cronologias se apresentem como fruto de uma objetividade de datas, tais datas estão marcadas por uma escolha, e tal escolha já é índice de interpretação. As datas estão longe de ser dados indiscutíveis são construídas também, tal como os fatos históricos: fazem parte de uma versão. No caso da Sociologia, a interpretação corrente sobre sua presença/ausência na escola média se deveria a contextos ideologicamente marcados: em períodos democráticos, a Sociologia está presente; em períodos autoritários, ela está ausente. Nossa hipótese é de que essa interpretação decorre da perspectiva dos que são a favor da obrigatoriedade da disciplina, que dizem que a Sociologia, por ser crítica, é uma ameaça ao regime, sendo então excluída. Para nós, outros fatores condicionaram essa intermitência, em especial a formação de uma burocracia educacional responsável por administrar o currículo.
O impacto que a inclusão da sociologia nos currículos do ensino médio causou no âmbito da escola e no campo das ciências sociais tem sido avaliado sob diferentes perspectivas: a) para uma, há perigo de que a sociologia não seja ensinada como ciência, mas como discurso ideológico; b) para outra, o ensino de Sociologia deve ser conscientizador e transformador da sociedade; c) uma terceira enfatiza seu caráter de alfabetização científica, ao equipar estudantes com teorias e métodos, levando-os à consciência de si mesmos e do mundo em que vivem. Pensando a escola média como espaço público, a escolha por uma das vertentes vai além das convicções pessoais do professor, sendo norteada por sua responsabilidade como formador de cidadãos autônomos.
CIPOLINI, Arlete. It's not fiction, it is fac: tensions between instrument and object-A study about the use of cinema in education, 159 pages. Masters essay,
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.