RESUMOTema: os quilombos fazem parte de uma época triste da história do Brasil. A escravidão deixou profundas marcas no país; feridas que ainda insistem em não cicatrizar. Neste enredo de exclusão, desigualdades e racismo institucionalizado, emergem as comunidades de remanescentes quilombolas, lutando por acesso e políticas inclusivas para suas populações. O acesso em saúde no Brasil é, ainda, uma questão muito polêmica desde a criação do Sistema Único de Saúde. As populações quilombolas reivindicam direito à saúde plena e integral. Objetivo: apresentar aos profissionais de saúde uma reflexão sobre as questões pertinentes às populações quilombolas e suas dificuldades na defesa de seus direitos de acesso à atenção em saúde. Conclusão: são evidentes na trajetória do SUS no Brasil as grandes falhas na inclusão de pessoas historicamente marginalizadas, alijandoas do processo de crescimento humano e social. As políticas públicas em saúde devem buscar a equidade por meio da atenção inclusiva a grupos especiais, de maneira especial à comunidades quilombolas brasileiras. mascarar em expressão racializada da biologia, quando exposta à atitudes segregadoras dentro da sociedade. Os termos raça e etnicidade são categorias sociais, mais do que biológica, referente a grupos que têm em comum uma herança cultural. As desigualdades raciais, nas condições de saúde das populações, permanecem sendo um grande problema de saúde pública em vários países, como expressão de diferenças biológicas, disparidades sociais e discriminação étnica 1,2 . Durante séculos, as comunidades negras rurais constituíram processos que possibilitaram a construção de uma significativa rede de relações socioculturais, econômicas e políticas; a formação de quilombos está no cerne destes acontecimentos 1,3 . DESCRITORES:Reconhecidas oficialmente pelo Estado brasileiro em 1988, principalmente com a afirmação de seus direitos territoriais por meio do Artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição (ADCT), as comunidades quilombolas despertam uma série de questões socioeconômicas, espaciais, jurídicas e culturais que fazem parte da discussão sobre o que representam os INTRODUÇÃOA cor da pele pode ser vista como manifestação biológica na figura humana, mas também pode se
Atenção Primária e saúde materno-infantil: a percepção de cuidadores em uma comunidade rural quilombolaPrimary Care and maternal and child health: perceptions of caregivers in a rural 'quilombola' community
OBJETIVO: verificar a percepção de estudantes da área da saúde sobre as condições de vida e saúde de Comunidades Quilombolas. MÉTODO: trata-se de uma pesquisa qualitativa realizada com estudantes da área de saúde que participaram de uma atividade de pesquisa e extensão em Comunidades Rurais Quilombolas do norte de Minas Gerais. Foram usados dados de Diário de Campo de Pesquisa, entrevista feita em grupo focal, e os resultados estudados sob o prisma da Análise de Conteúdo. RESULTADOS: as percepções dos estudantes foram categorizadas em três dimensões: reconhecimento das diferenças culturais, perplexidade com as condições precárias de vida e crescimento pessoal com a experiência. A análise de conteúdo mostrou a importância deste tipo de atividade para estudantes da saúde. CONCLUSÃO: o estudo demonstrou a perplexidade dos estudantes quanto aos aspectos de desigualdade que vive as populações quilombolas do norte de Minas Gerais.
O Rio São Francisco perpassa pela Mesorregião do Norte de Minas/MG e contribui para sobrevivência e perpetuação de comunidades tradicionais que ocupam suas imediações. O Norte de Minas concentra uma pluralidade de povos tradicionais que dependem do rio para desenvolvimento de suas atividades cotidianas e para sobrevivência, dentre esses povos, destaca-se a Comunidade Quilombola Bom Jardim da Prata, que ocupa uma área rural situada no município de São Francisco. Não obstante, apesar da importância que o Rio São Francisco desempenha na região, têm sido frequentes os impactos socioambientais decorrentes de disputas territoriais e usos predatórios de seus recursos naturais, sobretudo por parte de fazendeiros e grandes empresas, que almejam benefícios econômicos, o que dificulta as ações de manejo sustentável. Assim, define-se como objetivo principal deste artigo analisar os conflitos socioambientais provenientes da relação estabelecida entre comunidades tradicionais e agentes econômicos com o Rio São Francisco. Como procedimentos de pesquisa, adota-se a abordagem qualitativa, com ênfase na consulta às fontes bibliográficas provenientes de teses, dissertações e artigos que tratam dessa temática, produção de mapeamentos e análise crítica oriunda de pesquisa de campo. Como reflexões, destaca-se que o uso indiscriminado dos recursos naturais nas imediações do Rio São Francisco para atender aos interesses econômicos de grandes empresas, associado aos conflitos territoriais travados entre comunidades tradicionais, fazendeiros, sitieiros e grandes empresas vinculadas ao agronegócio, têm resultado em impactos ambientais, bem como, na dificuldade de sobrevivência das comunidades tradicionais e de perpetuação de seus saberes.
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