O objetivo do trabalho é analisar as principais mudanças ocorridas na estrutura do comércio internacional brasileiro nas últimas décadas e tecer algumas considerações sobre quais os produtos onde os ajustes internos esperados do processo de abertura comercial serão maiores. Os dados mostram uma queda na participação do comércio interindústria e um aumento do comércio intra-indústria, principalmente nas indústrias de bens de capital (maquinaria e equipamentos de transporte) e bens intermediários (produtos químicos). Em 1967,9% dos manufaturados importados consistiam de produtos de comércio interindústria importadores líquidos. Este tipo de comércio tem caído muito, embora ainda permaneça elevado (41% em 1987). Esperam-se ajustes nas indústrias mais ineficientes deste grupo, porém menores aos que teriam ocorrido no início do período analisado. Os produtos de comércio interindústria exportadores líquidos serão os mais beneficiados com a abertura A participação destes, no total exportado, passou de 40% em 1967 para 66% em 1987.
ResumoO objetivo deste trabalho é analisar as mudanças ocorridas na estrutura do comércio exterior brasileiro, após a abertura comercial, em termos de uso dos recursos produtivos disponíveis. A análise é realizada com base na teoria das proporções de fatores, na versão de modelo de três fatores: trabalho, recursos naturais e capital. Utilizando a técnica de insumo-produto, o conteúdo dos fatores produtivos no comércio é mensurado, enquanto é analisada a tendência de longo prazo de especialização da economia brasileira em termos das vantagens comparativas, segundo a teoria de Heckscher-Ohlin. Os resultados obtidos mostram uma tendência de longo prazo de aumento de participação dos produtos intensivos em recursos naturais, além de queda de participação dos produtos intensivos em capital e trabalho na pauta de exportações brasileiras. Por outro lado, no que se refere às importações, estas mostram uma inequívoca tendência de crescente participação de produtos intensivos em capital e uma queda de participação de produtos intensivos em recursos naturais, portanto condizentes com os preceitos das vantagens comparativas de Heckscher-Ohlin. Palavras-Chave abertura comercial, vantagens comparativas, Brasil AbstractThe objective of this study is to analyze the changes in the Brazilian foreign trade structure after the liberalization trade in terms of use of the available productive resources. The analysis is performed based on the factors proportions theory, in model of three ♦ Versão anterior deste trabalho foi apresentada no 38º Encontro Nacional de Economia da ANPEC realizado em Salvador, BA, dezembro de 2010. Os autores agradecem comentários e sugestões recebidos de parecerista anônimo que contribuíram muito para o aprimoramento deste artigo; erros e omissões remanescentes são, naturalmente, de inteira responsabilidade dos autores.
Este trabalho estuda os efeitos da abertura comercial e da globalização sobre a distribuição da renda nas regiões brasileiras levando em conta a dimensão espacial. O modelo empírico apoia-se no modelo desenvolvido por Venables e Limão (2002), que formalizaram a relação entre especialização regional e localização geográfica, mostrando que a produção e os padrões de comércio dependem não apenas da dotação de fatores de cada região, mas, também, da localização geográfica e dos custos de transporte. Foram estimados modelos de dados em painel para os principais mercados de destino das exportações brasileiras. Os resultados sinalizam que para as regiões mais desenvolvidas do Brasil o comportamento dos salários relativos parece seguir as previsões da teoria de Stolper-Samuelson, ao passo que nas regiões em desenvolvimento (Norte e Nordeste), os salários relativos para o trabalho não qualificado apresentam-se menores, resultado este contrário ao efeito Stolper-Samuelson, porém, previsto pelo modelo teórico apresentado.
Na última década do século XX, os principais empreendimentos de integração com que o Brasil se envolveu foram o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) e as negociações em torno da formação da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA). A integração regional junto com a liberalização comercial beneficiou profundamente o setor agrícola brasileiro e hoje o país apresenta-se no cenário da ALCA como o segundo maior exportador de produtos agrícolas do bloco. Os efeitos provocados sobre o comércio estão relacionados diretamente às restrições comerciais antes impostas aos parceiros e ao volume de comércio inicialmente verificado entre esses países. Tendo em vista esse aspecto, o objetivo deste estudo é o de conhecer os prováveis efeitos da participação do Brasil na ALCA no que diz respeito às exportações de café, cacau, soja, açúcar, suco de laranja e carnes no período 1999-2002. Essa análise é feita sob a ótica do equilíbrio parcial, desenvolvido por Laird e Yeats (1986) para estimar os efeitos de primeira ordem, ou seja, as reduções das restrições comerciais através da abordagem das elasticidades. A conclusão a que se pode chegar com relação às simulações feitas para o período 1999-2002, com a liberalização total das restrições comerciais impostas pelos países membros da ALCA às exportações brasileiras, é que para o grupo de produtos estudados, o efeito criação de comércio mostra-se superior ao efeito desvio de comércio, tornando evidente a competitividade do agronegócio brasileiro dentro da ALCA.
In the last decade of the 20th century, the main enterprises of integration in which Brazil was involved were MERCOSUR (Common Market of the South America) and the negotiations about the formation of FTAA (Free Trade Area of the Americas). The regional integration together with the trade liberalization has deeply benefited the Brazilian agricultural sector, and nowadays the country is ranked as the second biggest agricultural product exporter country inside the FTAA. The effects on commerce are directly related to the trade restrictions once imposed on partners and on trade volume initially verified among these countries. Considering this aspect, the goal of this study is to recognize the probable effects of Brazil's participation in FTAA in what refers to coffee, cacao, soy, sugar, orange juice and meat exports in the period of 1999-2002. This analysis was performed under the optics of the partial equilibrium that was developed by Laird and Yeats (1986), so that, to estimate the effects of first order, i.e. the reductions in the trade restrictions using the elasticities approach. The conclusion made in relation to the simulations that have been made to the period of 1999-2002, with total liberation from trade restrictions imposed by FTAA's country members to the Brazilian exports, is that, for the group of products studied, the trade creation effect turns out to be superior to the trade diversion one, showing clearly the competitiveness of Brazilian agribusiness inside FTAA
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