ResumoO desenvolvimento e adaptação de metodologias e diretrizes específicas para a conservação e o restauro do patrimônio geológico e são temas relevantes para as ações voltadas para a Geoconservação. A fim de contribuir para o desenvolvimento desta área, foram analisadas intervenções em monumentos e geossítios brasileiros e internacionais, visando sua preservação frente às ameaças naturais ou antrópicas. Algumas medidas de conservação e restauro podem deteriorar o valor científico, didático e estético dos geossítios, quando não é realizado um planejamento adequado e análise crítica prévia. São sugeridas algumas ações práticas para o controle da erosão e outros efeitos do intemperismo, o restauro de geossítios danificados por vandalismo e a realização de projetos de educação patrimonial, incluindo a participação de profissionais de diversas áreas para consolidar novos métodos de preservação do patrimônio geológico.
in situ ex situPalavras-chave: Geoconservação, Restauro, Educação Patrimonial, Patrimônio Geológico.
AbstractThis paper aims to highlight the necessity to develop and adapt methodologies and guidelines to conservation and restoration of the and geological heritage. At the moment, these issues have been superficially discussed in the available literature on Geoconservation in Brazil. The interventions in national and international monuments and geosites were analyzed in form to contribute to their preservation against natural and anthropogenic threats. Some conservation and restoration technics can damage the aesthetic, scientific and didactic value of the geosites, if the responsible for its protection doesn´t make planning and critical analysis of the interventions. It is suggested practical actions to erosion control and other weathering effects, to the restoration of geosites damaged by vandalism and to the implementation of projects of heritage education. It is important too, the participation of professionals of several knowledge areas to consolidate news approaches to the preservation of geological heritage. in situ ex situ
ResumoO conceito de patrimônio vem sendo reformulado por diversos especialistas ao longo dos anos e assume vários significados. Assim, o patrimônio é entendido como um bem material ou imaterial, ao qual é atribuído valor, ou seja, possui valor singular, representante de uma identidade coletiva e que deve ser preservado para as atuais e futuras gerações. O processo de patrimonialização parte do reconhecimento do valor de objetos de interesse, ou seja, o motivo de ser considerado patrimônio e o discurso que o revela, além, da sistematização de áreas de pensamento através de disciplinas. Assim, este artigo pretende identificar e discutir os argumentos e processos de preservação do patrimônio geológico, como parte do patrimônio cultural e ambiental/natural. Através de uma síntese do conceito de patrimônio em perspectiva mundial e nacional e das ações de proteção e conservação, propõe-se demostrar o desenvolvimento do patrimônio geológico brasileiro, tendo o município do Rio de Janeiro como estudo de caso para exemplificar a inserção do valor geológico na categoria de pensamento patrimonial. O processo de patrimonialização se consolida a partir de documentos e agendas internacionais, sendo eles os Programas, Declarações, Convenções e Recomendações com assinatura da UNESCO. O patrimônio geológico só se insere com força nas discussões patrimoniais a partir do início de 1990. Assim, é possível observar convergências e divergências na patrimonialização dos bens de origem cultural, natural ou geológica. Identifica-se a divergência cronológica e ações de preservação e conservação dos bens das diferentes naturezas e convergência nos discursos da perda para conservar e preservar. O Rio de Janeiro apresenta um bom estudo de caso, pois os monumentos naturais, que são parte da história de evolução da Terra e estão presentes no imaginário da cultura carioca, são passíveis de atribuição de valor geológico. A narrativa geocientífica é uma das formas de atribuir valor patrimonial ao bem, através da inserção do valor geológico aos bens, a patrimonialização ganha mais uma vertente de categorização na conservação e preservação.
Apesar do avanço da discussão sobre geodiversidade e patrimônio geológico, desde 1990, a falta de produção sobre o patrimônio geológico ex situ ainda é considerada baixa. Esse patrimônio pode estar inserido no contexto de museus de ciências. Assim, para entender a relação entre o público que visitam esses espaços e o patrimônio geológico salvaguardado é preciso realizar pesquisa de opinião, no intuito de incluir a população nas elaborações e ações dos museus, principalmente em suas estratégias de divulgação científica. O artigo apresenta dados gerados a partir da elaboração e aplicação de questionários, a serem preenchidos pelo público de visitantes do MGeo a partir do 6º ano do ensino fundamental. Esses dados analisam 3 aspectos do público: quem são, experiência no MGeo e percepção e apropriação dos temas geodiversidade e patrimônio geológico. O MGeo cumpre seu papel de instituição que promove divulgação geocientífica, mas o aprimoramento desse papel pode ser enriquecido com mais pesquisas sobre o público que o visita.
A questão ambiental assumiu importância fundamental no final do século XX, época na qual em muitos lugares da Terra despertou-se a consciência para os problemas globais de poluição e deterioração ambientais. Ciente disso, o Museu da Geodiversidade, pertencente ao Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio de Janeiro, procura contribuir com atividades educativas sobre temas das Ciências da Terra, sob um viés valorativo e preservacionista. A 1ª Olimpíada Nacional de Geociências ocorreu no ano de 2011, sob o tema "Geodiversidade: conhecer e conservar". Reuniram-se alunos e professores do Ensino Médio de todo o país, que puderam aprender mais sobre o planeta e as melhores formas de utilizar seus recursos de modo consciente. A Olimpíada, financiada pelo CNPq e patrocinada pela Petrobras, desenvolveu-se online nas três primeiras fases e presencial na última, realizando integração de representantes deste imenso país. Apesar das dificuldades encontradas, os resultados da atividade foram excelentes: maior problematização e diálogo sobre a temática ambiental relacionada às Geociências em território nacional, além de uma grande oportunidade de divulgação somada ao incentivo dos jovens em seguir carreiras científicas.
A conversa com Denise Peixoto abordou aspectos relacionados à sua trajetória enquanto educadora da Universidade de São Paulo - USP, atuando no Museu de Arqueologia e Etnologia/USP e no Museu Paulista/USP, que, após 8 anos com suas exposições fechadas ao público, reabrirá em setembro de 2022. Formada em História, com mestrado em Arqueologia, narra como a sua aproximação com a Arqueologia influenciou seu modo de atuação como educadora. A conversa abordou temas envolvendo as especificidades de atuação em um museu universitário, relação com o corpo docente, a importância dos discentes e da diversidade de cursos, as possibilidades múltiplas de atuação de um educador em museus, acessibilidade, inclusão e seus desafios e finaliza com algumas palavras para quem quiser se tornar um educador museal.
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