Este artigo é resultado da pesquisa elaborada durante o doutorado e trata sobre relações de vizinhança existentes no interior de empreendimentos residenciais delimitados por muros, implantados na cidade de Arapiraca, segunda maior cidade do estado de Alagoas, associando dois conceitos desenvolvidos no estudo: coesão social e loteamento de acesso controlado (LAC). O primeiro trata de uma integração existente entre pessoas baseada em afinidades e expectativas compartilhadas e o segundo se refere ao modelo de loteamento que nasce conforme lei de parcelamento do solo nº6.766/1979, mas que sofre transformações em sua configuração sendo reconhecido na lei 13.465/2017. O texto é dividido em três partes, uma delas explica o conceito de LAC, com base em referencial teórico e legislação vigente, e como foi modificado ao longo dos anos chegando ao modelo consolidado no Brasil. A segunda parte aborda o capital social de acordo com estudiosos do tema e a maneira como se materializa a coesão social, formulando uma definição própria para o trabalho. Por fim, a terceira parte expõe os procedimentos metodológicos utilizados para explorar o tema e aproximar teoria e campo, cruzando informações colhidas na teoria com as vivências durante as visitas de campo nos LACs existentes em Arapiraca. Os LACs arapiraquenses são espaços nos quais os moradores estão próximos fisicamente, mas distantes em contatos sociais, eventos e mobilização em prol de benefícios coletivos, aqueles de renda mais baixa possuem uma intensidade maior de coesão, mas ainda assim a maneira como os espaços são projetados não favorecem as relações de vizinhança.
O presente artigo tece algumas considerações sobre a convivência entre indivíduos moradores de loteamentos fechados que são empreendimentos residenciais horizontais delimitados por muros. Esta forma de moradia além gerar no espaço urbano diversos impactos negativos, como a fragmentação do tecido urbano e a segregação socioespacial, proporciona um convívio entre moradores, com diferentes níveis de coesão social, se materializando ou não em eficácia coletiva. O objetivo principal é realizar uma reflexão analisando os conceitos de coesão social, eficácia coletiva e o que de fato é um loteamento fechado de acordo com a legislação vigente. Para tanto, é necessário uma revisão teórica e documental, a primeira com o estudo de autores que pesquisaram e produziram conteúdo sobre o tema e a segunda se dá através da consulta a documentos e legislação sobre o tema. É possível concluir que a decisão de morar em loteamentos fechados, por parte da população, já demonstra a existência de coesão social, confiança e valores comuns levando a uma integração no convívio entre moradores, mas é preciso um análise aprofundada para ver como se materializa em eficácia coletiva, no alcance de objetivos comuns que beneficiem o coletivo.
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