RESUMODiscutimos a epistemologia das ciências da vida e das ciências da saúde de Georges Canguilhem, revendo sua crítica à concepção mecanicista da normalidade e da patologia e seu posicionamento frente ao vitalismo. Sugerimos que, enfatizando o conceito de "normatividade da vida", Canguilhem teria apontado para uma superação da oposição entre mecanicismo e vitalismo. Para tal, fazemos uma breve comparação da "normatividade da vida" com o conceito contemporâneo de auto-organização de Michel Debrun, argumentando que a emergência da norma vital se situa num estágio secundário de um processo de (auto-)organização da vida e, portanto, tal normatividade não teria a conotação vitalista, erroneamente atribuída a Canguilhem.Palavras-chave: normatividade da vida, normal e patológico, mecanicismo, vitalismo, auto-organização.
RES UMO: Apresentamos uma breve reconstrução das duas primeiras seções de Vorlensungen zur Phãnomenologie des inneren Zeitbewusstseins, de Edmund Husserl, em que analisamos a maneira pela qual ele desenvolve uma teoria transcendental do tempo, trazendo-a para o campo de seu método fe nomenológico. A partir de uma reavaliação do significado de ''percepção do tempo'� ele oferece critérios que, a nosso ver, seriam capazes de dar conta de uma das características mais discutidas do tempo, sua assimetria ou unidirecionalidade. Discutimos também as principais dificuldades enfrentadas por este projeto.UNI TERMOS: Tempo; percepção; fe nomenologia; consciência. CRíTICA A BRENTANOHusserl empreende nas Lições uma análise categorial da consciência do tempo, buscando a forma absoluta através da qual a consciência constitui o tempo intencional objetivo. Neste projeto, ele se diferencia tanto do Kantismo, ao retomar uma concepção natural, não-mentalista, da percepção, quanto da psicologia empírica, a qual não faz as devidas distinções conceituais essenciais para uma adequada compreensão da temporalidade; estas características das Lições fazem com que, segundo Granel (1, p. 15-22), tal obra, embora escrita cerca de uma década antes das Ideen, já manifeste uma concepção amadurecida do método fenomenológico.A primeira seção das Lições expõe a teoria de Brentano a respeito da natureza de nossas concepções do tempo, e a sua crítica a esta teoria. Para Brentano, a imaginação é a fonte• Departamento de Educação -Instituto de Biociências -UNESP -18610 -Botucatu -SP; doutorando em Filosofia na UNICAMP.
Procurou-se, neste trabalho, pensar o tempo no contexto das ciências da saúde, no qual se entrelaçam aspectos físicos, biológicos, psicológicos e sociológicos. Enquanto em nossa percepção do mundo e de nós mesmos o tempo se apresenta sob muitas facetas, na física clássica, conforme o modelo newtoniano, assumia-se a existência de um tempo absoluto, unilinear, homogêneo e independente do observador. Com a teoria da relatividade e o estudo dos sistemas complexos, um novo conceito de tempo apresenta-se na física: o tempo fractal, o qual possibilita maior compatibilidade com as abordagens psicológicas e sociológicas. Nesta perspectiva, a experiência de vida de uma pessoa, e seus respectivos processos de construção da saúde, envolveria uma multiplicidade de tempos, que coexistem e se organizam segundo um padrão coerente de auto-similaridade. Uma quebra desse padrão estaria correlacionada com a ocorrência da doença. Sugere-se que uma abordagem mais adequada do adoecimento deveria levar em conta, como referência para o profissional de saúde, o conceito de tempo fractal, possibilitando maior sintonia do paciente com a complexidade da natureza e, por conseguinte, consigo mesmo.
Models are conceptual constructions, with some degree of simplification, that keep a partial match with the phenomena they aim to address. The Principialist model, which is based on a matrix formed by four principles: Beneficence, Non-Maleficence, Autonomy and Justice, stands out in the Bioethical field. When addressing a conflict between ethical guidelines, this model makes it possible to evaluate those guidelines that are more appropriate to the specific concrete situation. Based on the logical diagram, we sought to deepen the theoretical-conceptual foundation of bioethics, considering the standard Principialist model, which is an important heuristic tool. Logical relationships underlie all thoughts, and diagrams show such relationships in integrated spatial structures, representing the topology of concepts. The logical relationships, present in the structure of the models, allow one to understand the conceptual field of principles that operate within bioethical reasoning. The diagrammatic reasoning thus allows us to observe that, in the face of problem situations, there is no incompatibility between the Principialist and Personalist concepts -on the contrary, they complement one another and have synergy. Keywords: Bioethics. Logic. Heuristics. Cognition. Linguistics. Resumo Diagramática: a arte do bem pensar para pensar o bemModelos são construções conceituais com certo grau de simplificação que mantêm correspondência parcial com o fenômeno que se pretende abordar. Na bioética destaca-se o modelo principialista, baseado em matriz formada por quatro princípios: beneficência, não maleficência, autonomia e justiça. Diante de conflito entre diretrizes éticas, esse modelo possibilita avaliar aquelas mais adequadas à situação concreta. A partir do diagrama lógico procurou-se aprofundar o projeto de fundamentação teórico-conceitual da bioética, considerando o modelo padrão principialista importante ferramenta heurística. Relações lógicas são subjacentes a todo pensamento, e os diagramas dispõem essas relações em estruturas espaciais, representando a topologia dos conceitos. As relações lógicas, presentes na estrutura dos modelos, permitem compreender o campo conceitual de princípios que operam no raciocínio bioético. A elaboração diagramática permite, portanto, observar que diante de situações-problema não há incompatibilidade entre as concepções principialista e personalista -pelo contrário, há complementaridade e sinergia. Palavras-chave: Bioética. Lógica. Heurística. Cognição. Linguística.Resumen Diagramática: el arte del buen pensar para pensar el bien Los modelos son construcciones conceptuales con cierto grado de simplificación que mantienen una correspondencia parcial con el fenómeno que se pretende abordar. En la bioética se destaca el modelo principialista, basado en una matriz formada por cuatro principios: beneficencia, no maleficencia, autonomía y justicia. Ante el conflicto entre directrices éticas, este modelo posibilita evaluar aquellas más adecuadas para la situación concreta. A partir del di...
Abordo neste trabalho alguns dos principais problemas filosóficos concernentes a uma concepção naturalista da consciência humana, assim como algumas evidências disponíveis na neuropsicologia e neurofisiologia, sobre a relação entre atividade cerebral e experiência consciente. Inicialmente faço uma revisão sobre a definição de "consciência", seu estatuto filosófico e relação com os processos emocionais, e proponho três condições para sua atribuição a um sistema físico. Em seguida, identifico diferentes modalidades de consciência, e seus correlatos cerebrais em diferentes escalas espaciais e temporais. Finalmente, discuto possíveis mecanismos biofísicos subjacentes aos processos conscientes.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.