RESUMOEste artigo discute como processos de securitização, em especial no que se refere à temática do meio ambiente, se desenvolvem de maneira parcial e limitada tendo em vista as articulações de poder e status na arquitetura do sistema internacional. Para tanto, leva-se em consideração o corpo teórico desenvolvido no contexto dos anos 1990, com a evolução dos Estudos de Segurança Internacional. Já no campo prático, há que se considerar que, nas últimas décadas, diversos Estados estiveram envolvidos em uma maior dinâmica de proteção e resolução de problemas ambientais que afetam seus cidadãos e seus territórios, fazendo uso de conceitos como Segurança Humana e Responsabilidade de Proteger a fim de justificar ações políticas.No entanto, as novas responsabilidades imputadas à 'comunidade internacional' não alcançaram o grau de universalidade que os conceitos per se pressupõem. Nesse sentido, a presente discussão busca evidenciar que, em um cenário semelhante de desastres ambientais, os Estados "frágeis" e os Estados "falidos" costumam sofrer sanções substantivas das Nações Unidas, incluindo intervenções humanitárias, em contraposição à inércia relativa aos Estados que apresentam recursos de poder no sistema internacional. As conclusões corroboram a chamada "harmonia de interesses", termo discutido por Edward Carr há mais de 70 anos, e que continua sendo aplicada em boa parte da evolução normativa internacional pelas grandes potências sistêmicas. Palavras-chave: Securitização; Meio Ambiente; Segurança Humana; Responsabilidade de Proteger.
O objeto de estudo do artigo está ligado à hegemonia das potências no sistema internacional, haja vista as crescentes discussões por espaço e poder visando a um novo reequilíbrio sistêmico. Consequentemente, seu objetivo principal é analisar, sob o viés da Teoria da Guerra Hegemônica, os fenômenos no mundo atual, levando em consideração a história das guerras, as relações internacionais e os estudos estratégicos em sentido estrito. A pesquisa se justifica, pois projetos de ganho de poder poderão acarretar em mudanças no status quo vigente, resultando em uma nova hegemonia, na manutenção da atual ou de um novo equilíbrio de poder, envolvendo, principalmente, os Estados Unidos da América – como principal Hegemon – e a China – como principal potência revisionista –, o que não descarta o efetivo uso da força para o atingimento de seus objetivos políticos. Por fim, conclui-se que a Teoria do Poder Hegemônico, seus conceitos e teorias derivadas contribuem para a sobrevivência do Estado em um sistema internacional cada vez mais incerto.
A conduta da política exterior brasileira para com os Estados Unidos da América (EUA) tem provocado muitos debates. Qual seria a melhor postura a ser seguida? Em que pese a pertinência da pergunta, tal aproximação com os EUA não é algo novo. Sendo assim, este artigo tem por objetivo analisar a relação diplomática Brasil-Estados Unidos, entre 1889 e 1942, e mostrar o que essa relação representou para cada ator. Por meio de uma pesquisa bibliográfica de abordagem histórica, constatou-se que o Brasil não possuiu histórico, na moldura temporal apresentada, de alinhamento sem barganha em sua relação político-diplomática com os Estados Unidos da América. Ao contrário, a diplomacia brasileira buscou uma aproximação que geralmente foi ditada pela necessidade de gerar ganhos econômicos, políticos e militares para o Brasil. Por outro lado, o posicionamento norte-americano na relação oscilou entre desinteresse, paciência e atitude de investida, porém não intervencionista.
No abstract
Os governos Cardoso, Lula e Rousseff apresentaram, ressalvadas suas peculiaridades político-estratégicas, a política de Cooperação Sul-Sul como uma das bases de inserção no sistema internacional. Baseados nos objetivos e metas da política externa, dos documentos de alto nível da Defesa Nacional e dos acordos de cooperação com São Tomé e Príncipe foram estabelecidos projetos, ações e atividades que visaram ressaltar a liderança brasileira no Atlântico Sul. Com isso, visou-se incrementar o hard power de viés militar de ambos os Estados e propiciar uma indução de segurança na região. A escolha por este Estado ocorreu por sua localização no Golfo da Guiné – área privilegiada por recursos vivos e não-vivos, como grandes bacias petrolíferas, mas sujeita às ditas “novas ameaças” e à cobiça de Estados com maior poder relativo regionais e extrarregionais. A hipótese da pesquisa é que a intervenção pública se mostrou falha em sua execução, sendo dependente das conjunturas interna e externa de cada país (principalmente do Brasil). Assim, o objetivo principal do artigo passou pela avaliação da implementação da Cooperação Sul-Sul do Brasil com São Tomé e Príncipe de 1995 a 2016, por meio da metodologia de avaliação de políticas públicas de Vedung, com a utilização da teoria da intervenção, modelo de efetividade voltado para a consecução de suas metas, ilustração de stakeholders e avaliação em oito problemas. Por fim, identificaram-se os gaps que atrapalharam a consecução deste projeto de poder pelo Estado Brasileiro no período.
The cyto-histological picture of the rat « myeloma » according to Oberling and co-workers and the evolutive changes of this tumour in the course of time are described. Author's own observations point expecially to the remarkable leukemic spread of this tumour, independently of strain, sex and nursing.
Este artigo tem como objetivo a análise da importância da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para o Brasil do ponto de vista estratégico. O esquema analítico propõe duas vertentes, a da cooperação e a da dissuasão. Esta última foi avaliada, em particular, tendo como parâmetro os meios de ações derivadas do fortalecimento institucional que a segurança e defesa requerem frente aos interesses do Estado brasileiro em seu entorno estratégico. A moldura temporal abrangeu o período compreendido entre os anos de 1995 e 2016, na transição das chamadas políticas externas da “autonomia pela participação” no governo Fernando Henrique Cardoso para a da “autonomia pela diversificação” nos governos Lula e Rousseff. A análise concluiu que, sendo ainda insuficiente o poder duro militar brasileiro (hard power), em relação às necessidades que uma liderança regional requer no Atlântico Sul, a estratégia brasileira levou à aplicação de poder brando (soft power) na sua versão poder inteligente (smart power). A investigação teve como base empírica a consulta a documentos históricos e o apoio da literatura pertinente.
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