O mundo antigo é marcado pelas relações de hospitalidade, nas quais estão presentes formas de reciprocidade, alianças de caráter político e econômico e o estabelecimento de códigos culturais. Neste artigo, trataremos das relações de hospitalidade em fontes literárias das sociedades grega e mesopotâmica: os épicos homéricos - Ilíada e Odisseia - e as narrativas mesopotâmicas - Épico de Gilgamesh e Conto de Adapa, à luz das reflexões de Andrew George, Jean-Jacques Glassner, Pitt-Rivers e Mario Liverani. Sob uma perspectiva comparativa, de caráter sociológico e antropológico, as relações de hospitalidade, uma estrutura organizacional compartilhada pelas duas sociedades, diferentes no tempo e no espaço, serão analisadas como uma instituição de caráter informal e como fio condutor na trama entre a vida e a morte, ao revelar uma fronteira cultural entre o mundo humano e o divino.
A relação entre os novos paradigmas historiográficos e o ensino de História é tratada neste artigo, através da análise das propostas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), nos livros didáticos do sexto ano do Ensino Fundamental. Por meio de uma abordagem crítica à perspectiva eurocentrista presente em livros didáticos de grande utilização, pretende-se mostrar que a aplicação das novas habilidades da BNCC não necessariamente resultam na superação de uma perspectiva historiográfica, centrada em estereótipos acerca do mundo antigo, a exemplo do “mundo grego”. Explorando os conceitos de interconectividade e comparativismo, levanta-se novas possibilidades de abordar as propostas da BNCC por meio de alguns pressupostos da História Global.
As teses de Polanyi sobre as formas de integração nas sociedades pré-capitalistas, reciprocidade e redistribuição, continuam sendo tema de debates na historiografia sobre as economias e sociedades do mundo antigo. O objetivo deste trabalho é investigar a reciprocidade antes e depois do advento do Estado Egípcio, procurando perceber suas permanências e modificações tanto na esfera doméstica quanto no setor público, levando em consideração a articulação das relações de parentesco com a lógica estatal e a natureza do Estado egípcio.
Resumo: O Estado faraônico não deve ser entendido a partir dos pressupostos do Estado Moderno. A historiografia atual tem enfrentado o tema diante de novas perspectivas, voltando-se para os limites do exercício da autoridade, as redes de poder sustentadas pela elite e suas instituições, a formação e transformação dos setores dominantes e as relações de poder entre o centro e as províncias. Por outro lado, as condições de possibilidade do surgimento do Estado devem ser pensadas a partir das lógicas sociais e das relações de produção do Pré-Dinástico. Explorando os trabalhos de Marcelo Campagno, Juan Carlos Moreno García e Ciro Flamarion Cardoso, procuramos explicitar esse novo enfoque, destacando as estratégias utilizadas pela monarquia para criar as condições de sua manutenção, por meio das articulações com as elites locais, da organização do trabalho e dos elementos constitutivos da legitimidade estatal.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.