RESUMO:No Brasil tem sido crescente o envolvimento das adolescentes em atos infracionais, o que tem despertado o interesse acadêmico. O presente estudo visa analisar os fatores que contribuem para o envolvimento de meninas na prática de delitos e investigar como estas representam a medida socioeducativa (MSE) de Liberdade Assistida (LA) e Internação. O método preconizou a participação de adolescentes do sexo feminino que cumpriam MSE de Internação e LA. Os resultados demonstram que os delitos se concentram no tráfico de drogas, assaltos, lesões corporais e furtos. As representações das MSE de LA, partilhadas pelas adolescentes, caracterizam-na como um espaço de aprendizagem (reflexivo). Sobre a internação, algumas retratam também como um espaço de aprendizagem, mas, sobretudo, como punição e solidão.Palavras-chave: adolescentes; representações sociais; adolescente em conflito com a lei; medidas socioeducativas. ABSTRACT:In Brazil, the increasing involvement of female adolescents in criminal activities awakens academic interest. The present study aims to analyze the factors that contribute to the involvement of girls in criminal activities, as well as to investigate how those girls represent the Social-educational Measure of Internment and Assisted Freedom. Research method elected as subject female adolescents that were either under the Social-educational Measure of Internment or Assisted Freedom. Results show that the criminal activities in which the subjects were involved concentrate on drug trafficking, robbery and physical injuries. Representations of the Socialeducational Measure of Assisted Freedom shared among the adolescents were characterized as a learning environment (reflexive). Some of them represented Internment as a learning environment, but also as punishment and loneliness.Keywords: gender; adolescents; social representations; adolescents in conflict with the law; social educational measures. IntroduçãoAo longo das últimas décadas, verificam-se no campo da Psicologia e demais ciências sociais, mudanças nos paradigmas vigentes nos estudos sobre adolescência. Nos dias atuais, sobretudo nos estudos de Psicologia Social, observa-se a ampliação de investigações sobre adolescentes e suas práticas tendo como parâmetro os aspectos econômicos, sociais, culturais, étnicos e de gênero (Menandro, Trindade & Almeida, 2003). Nesse sentido, o envolvimento de adolescentes em atos infracionais tem despertado o interesse da comunidade acadêmica e da sociedade em geral, visto que tais práticas não são aceitas socialmente, embora sejam produzidas a partir do entrelaçamento de vários processos construídos pela sociedade brasileira.A inserção de adolescentes nos atos infracionais pode ser ocasionada por diversos fatores, tais como: mudanças no padrão civilizatório, esvaziamento de sentido nas relações humanas, falta de perspectivas de futuro, insegurança, imposições do consumo,
A pesquisa teve como objetivo conhecer os fatores que dificultam o processo de reinserção e aceitação social de pessoas que cumpriram pena em regime fechado, bem como identificar possíveis preconceitos e tipos de violência sofridos, além de verificar a participação familiar no auxílio dessa busca. Sendo assim, é uma pesquisa qualitativa descritiva, onde foram entrevistados seis homens entre 23 e 37 anos que cumpriram pena em regime fechado no Espirito Santo. Para a análise dos dados foi utilizada a Análise de Conteúdo e apropriações de conceitos da Psicologia Social. Com isto, obteve-se como resultados, os principais fatores que dificultam a ressocialização dessas pessoas como violência física no ato da prisão e durante o cumprimento da pena, diferentes tipos de preconceitos sofridos após a liberdade desses sujeitos tais como estereotipagem, segregação, invisibilidade social e categorização, além da falta de oportunidade na vida fora do crime versus oportunidades de ascensão através da criminalidade aliada ao contexto de dificuldade financeira. Além disso, notou-se que a família é a instituição social que mais apoia os indivíduos na busca da reinserção social além de ser o grupo que mantém constante presença na vida deles. Contudo, observa-se a necessidade de mudanças sociais na cultura do crime.
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