RESENHAS
189lações, de um lado, e, de outro, em face da constatação dos limites da tradução cristã -que de certa forma a presente análise confirma -, se a antropologia hoje não está sendo solicitada a empreender caminho diverso, de modo a dar conta do que a tradução cristã escondeu e do que as línguas comuns não permitiram acessar.
Notas
O artigo explora a ideia de Durkheim de que a instituição Direito deve ser entendida à luz de uma realidade mais fundamental: a realidade social e moral. São tratadas a concepção de direito aí envolvida e as diversas dimensões dessa realidade mais fundamental, especialmente as que foram elaboradas por autores que se inspiraram em Durkheim. Por fim, é tratado o problema que o direito chamado por Durkheim de restitutivo apresenta para a sua própria tese a respeito dos vínculos do universo jurídico com a realidade social e moral.
Resenha das obras: O individualismo e os intelectuais, de Émile Durkheim e Estudo sumário da representação do tempo na religião e na magia, de Henri Hubert.
A reflexão sobre os fundamentos das ciências sociais -a chamada filosofia das ciências sociais -abarca uma série de indagações e problemas que seria difícil organizar em uma ordem de prioridade lógica ou até mesmo conferir uma unidade. Embora tenha o estatuto de uma disciplina institucionalizada, com inserção universitária e canais de expressão próprios 1 , não há um consenso forte em torno das fronteiras da disciplina ou dos modos de abordar os temas mais recorrentes. Uma tentativa de definição diria que a disciplina estuda os problemas filosóficos que surgem da prática das disciplinas empíricas que constituem esse outro conjunto cuja unidade também é difícil de caracterizar, que são as "ciências sociais". Uma lista não exaustiva desses problemas conteria as questões da unidade do método, das formas da explicação científica, da explicação histórica, da explicação funcional, da existência ou não de leis sociais, da construção conceitual, da explicação da ação, da neutralidade valorativa e da objetividade do conhecimento do social, do caráter das teorias sociais (leis, esquemas conceituais, classificações), da racionalidade e, ainda, das unidades fundamentais de análise (indivíduos ou grupos) 2 . Alguns dos problemas geraram extensas controvérsias, como o das unidades de análise, isto é, se a unidade última de análise é o indivíduo ou o grupo, que está na raiz da controvérsia entre o individualismo e o holismo, e o da reflexão sobre a possibilidade de reduzir ou não as explicações e descrições macrossociais às microssociais. Salientemos ainda a questão da objetividade do conhecimento,
O artigo examina algumas relações metodológicas e teóricas entre o estudo que Albert Bayet dedica às avaliações morais do suicídio e o breve estudo que Durkheim dedica ao tema em O Suicídio. Bayet endossa a estratégia metodológica geral apresentada em As Regras do Método Sociológico, mas considera estreita a base empírica utilizada por Durkheim no capítulo II do Livro III de O Suicídio. Bayet amplia esta base empírica e chega a conclusões teóricas distintas, vinculando os valores associados ao individualismo com uma “moral nuançada” em relação ao suicídio.
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