Os historiadores das ciências ainda não se preocuparam em estudar o processo de emergência e consolidação das ciências oceanográficas no Brasil. O objetivo deste artigo é analisar esse processo. Para tal foi escolhida a contribuição do Instituto Paulista de Oceanografia, primeira instituição de pesquisa oceanográfica nacional, criada em 1946, que, ao ser incorporado à Universidade de São Paulo em 1951, passou a ser Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo. A análise está centrada na atuação de três cientistas que integraram o quadro inicial de pesquisadores da instituição: Wladimir Besnard, Ingvar Emilsson e Marta Vannucci.
In the line of research that studies science and gender relations, this article reflects on scientific research conducted by Marta Vannucci at the Oceanographic Institute of the University of São Paulo (IO-USP). Marta was a researcher recognized in her time, but has not received the attention she deserves, which has impeded the dissemination of her work. Her research was dedicated to the study of plankton and her field trips led to the publication of various articles in the IO-USP Bulletin. These articles demonstrate her commitment to the production of knowledge and active participation that allowed her to conquer space and recognition in the Brazilian university environment.
Martim Francisco Ribeiro de Andrada é conhecido sobretudo por sua atuação como integrante do Gabinete dos Andradas e primeiro ministro da Fazenda do Brasil. Sua obra como naturalista, no entanto, foi pouco estudada. Nosso objetivo é resgatá-la, contribuindo para a historiografia das ciências no iluminismo luso-americano. Formado em matemática e filosofia natural pela Universidade de Coimbra, ele atuou ao lado do frei naturalista José Mariano da Conceição Veloso, na Tipografia do Arco do Cego, traduzindo obras de mineralogia e de agricultura. De volta ao Brasil, como diretor geral das Minas de Ouro, Prata e Ferro, realizou diversas viagens pela capitania de São Paulo.
O objetivo deste trabalho consiste em analisar o processo de formação e especialização científica do personagem no âmbito da política estatal de renovação cultural-científica do governo de Dona Maria I. Essa política buscava criar um novo corpo de funcionários ilustrados para fornecer pessoal à burocracia estatal e formar uma "elite do conhecimento" interessada na exploração do mundo natural do Reino e das colônias. Analisar-se-ão três momentos desse processo: os estudos na Faculdade de Filosofia da Universidade de Coimbra; a entrada para a Academia Real das Ciências de Lisboa; e a viagem científica pelos principais centros de mineração da Europa Central e Setentrional.
José Bonifácio de Andrada e Silva tem sua presença marcada na historiografia, de forma quase que consensual, em torno de sua identificação como o "Patriarca da Independência", o que corresponde ao primado concedido ao seu perfil de estadista e parlamentar. Contudo, ele notabilizou-se não apenas como homem público mas também como estudioso e pesquisador do mundo natural. Participou de viagens científicas, foi sócio de sociedades científicas européias, publicou diversas memórias no âmbito da história natural e administrou espaços governamentais portugueses ligados à mineração e à agricultura. Um destes foi a Intendência Geral das Minas e Metais do Reino, e como fruto do seu trabalho neste espaço, foram produzidas memórias científicas no campo da mineralogia. Algumas delas foram publicadas, entretanto outras permaneceram inéditas e dispersas em diversos acervos arquivísticos e bibliográficos. Nosso objetivo é trazer ao público duas dessas dissertações, encontradas no Arquivo do Museu Paulista na Coleção José Bonifácio, relacionadas aos seus trabalhos práticos de mineração no âmbito da Intendência.
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