I. INTRODUÇÃO: AS REFORMAS ORIENTA-DAS PARA O MERCADO EM ALGUNS PAÍ-SES EM DESENVOLVIMENTO: BREVE HIS-TÓRIA E CRÍTICAO processo político das reformas econômicas na América Latina foi marcado por dois grandes fatores hegemônicos, a saber: a redução do papel do Estado na economia com sua conseqüente transformação e a redefinição das relações entre as economias nacionais e o mercado internacional (nova estratégia de integração na economia mundial globalizada).O padrão de desenvolvimento econômico promovido pelo Estado em praticamente toda Améri-ca Latina até meados da década de 1970 começa a ser substituído nos anos 1990 por um novo padrão de desenvolvimento centrado no investimento privado (nacional e internacional), na abertura externa e na valorização do mercado como meio mais adequado ao mundo globalizado. A redefinição das estratégias para o desenvolvimento dá-se como resultado de pressões decorrentes de atores internacionais e nacionais (capital e elites políticas).As reformas orientadas para o mercado tornam-se parte importante da agenda pública dos governos nacionais. O diagnóstico da insuficiên-cia do modelo nacional-desenvolvimentista acompanha as análises e as condicionalidades que apontam para mudanças liberalizantes da economia.Desde o final dos anos 1970 já vinham ocorrendo mudanças, que se tornam mais complexas durante a década e 1980 e intensificam-se na dé-cada seguinte, quando as reformas orientadas para o mercado passam a ter impacto na organização burocrática do Estado, em especial nos países em desenvolvimento. No plano internacional, as instituições econômicas multilaterais também vão mudando o seu papel, especialmente a partir dos anos 1980.Tal fato acaba por fortalecer a necessidade de estudos comparados sobre as experiências de reformas econômicas em países em desenvolvimen-
ResumoNeste estudo efetuou-se uma comparação do preconceito contra lésbicas e gays em Portugal e no Brasil, numa amostra de estudantes universitários (N = 844). Foram avaliadas duas manifestações do preconceito: uma de caráter mais tradicional (homopatologização) e outra de caráter mais contemporâneo (heterossexismo moderno). Uma vez que este tipo de preconceito não é independente do gênero, foi também explorada a relação com essa variável. Não se verifi caram diferenças entre os dois países, quer no que diz respeito aos níveis de homopatologização, quer de heterossexismo moderno. Os participantes portugueses e brasileiros evidenciaram níveis signifi cativamente mais elevados de heterossexismo moderno do que de homopatologização. No que diz respeito ao gênero, os homens evidenciaram níveis mais elevados dos dois tipos de preconceito do que as mulheres. Os resultados deste estudo chamam a atenção para a necessidade de programas de luta contra a homofobia. Os agentes educativos e psicossociais, particularmente aqueles que operam no espaço universitário, devem ser sensíveis, quer a expressões mais modernas do preconceito, quer à maior incidência deste na população masculina. Palavras-chave:Homofobia, preconceito tradicional, preconceito moderno, gênero. Transatlantic Homophobia: Prejudice against Lesbians and Gay Men in Portugal and Brazil AbstractIn this study we compared prejudice against lesbians and gay men in Portugal and Brazil, in a sample of university students (N = 844). Two forms of prejudice were assessed: one with a more traditional nature (pathologization of homosexuality) and a more contemporary one (modern heterosexism). Because these prejudices are not independent of gender, we explored the relation with this variable.
O artigo pretende lançar algumas questões para um debate crítico sobre as reformas do setor elétrico brasileiro na década de 1990. Assim, relaciona fatores exógenos e endógenos, ligados metodologicamente por uma abordagem histórico-estrutural que vincula o processo de industrialização do Brasil à dinâmica econômica internacional. Dessa forma, as reformas neoliberais da década de 1990 são percebidas no contexto das liberalizações promovidas em virtude do processo de globalização, em que a dinâmica do capitalismo - vinculada à expansão do capital financeiro - levou à redução dos estados nacionais. Nesse sentido, o setor elétrico brasileiro foi exemplar, pois o seu processo de privatização, planejado levando em consideração apenas questões econômico-financeiras, relegou a segundo plano questões de atendimento à população, apresentando problemas para a cidadania e mesmo, posteriormente, revertendo-se em dificuldades de abastecimento.
O final do século XX caracterizou-se por um processo complexo e de grandes transformações em esfera global, onde a globalização, o neoliberalismo e as reformas orientadas para o mercado adquirem relevância teórica entre pesquisadores, cientistas e intelectuais dos mais diversos campos do saber e, relevância prática na orientação macroeconômica e político-institucional adotada integralmente ou em parte por diversos países no mundo, especialmente pelos países em desenvolvimento e, dentre eles, o Brasil. Desse processo destacamos as mudanças no setor elétrico (compreendido como estratégico). A reflexão sobre o setor elétrico implica compreendê-lo em sua complexidade, ou seja, do ponto de vista econômico, institucional e político, levando em conta os diversos atores que o compõem (agentes privados e públicos) e, ao mesmo tempo, os tipos de respostas dadas pelo Estado a esses movimentos, atores e pressões.
Resumo: O debate acerca do desenvolvimento na América Latina e no Brasil em particular revelou-se como um dos temas proeminentes do pensamento sociopolítico e econômico brasileiro. As interpretações do Brasil a partir da temática do desenvolvimento ganham força a partir da década de 1930, porém, será após a Segunda Guerra Mundial, com a intensificação da industrialização e a modernização da sociedade capitalista brasileira, que o tema adquire centralidade na sociologia/ciência política. Por outro lado, as discussões acerca do Estado e do desenvolvimento estão intimamente ligadas ao desenvolvimento do capitalismo brasileiro, ou seja, configura uma tríade que simultaneamente evidencia tanto um tipo historicamente determinado de Estado como um tipo particular de desenvolvimento econômico e social do país. O desenvolvimento do Brasil caracteriza-se por um embate entre o mercado e o Estado, sendo a influência desse último fundante para o padrão de desenvolvimento pretendido no país. Propomos a análise do processo de desenvolvimento como forma de revisitar o debate teórico e conceitual produzido sobre a temática no país, assim como investigar o movimento histórico, econô-mico e político adotado pelo Brasil como estratégia para o desenvolvimento nos anos 1990.Palavras-chaves: estratégias para o desenvolvimento, pensamento sociopolítico e econômico no Brasil; Estado e transformação. Debatendo o desenvolvimento:reflexões e análise crítica O debate acerca do desenvolvimento, embora mereça e possa ser tratado por diferentes ramos do conhecimento, historicamente tem a economia como disciplina que mais esforços realiza no sentido de compreender e/ou explicar o desenvolvimento, especialmente o desenvolvimento econômico a partir da formação histórica do capitalismo, da industrialização, das políticas macroeconômicas, enfim, dos processos de acumulação.Isto não quer dizer que áreas do conhecimento como a sociologia ou a ciência polí-tica não tenham apresentado contribuições relevantes. O que consideramos é que o tema do desenvolvimento (econômico) nas sociedades capitalistas -enquanto campo de conhecimento -tem sido pautado hegemonicamente pela economia. Ou seja, as posições relativas e hierárquicas de poder frente a esse tema evidenciam que a economia domina o debate.No caso brasileiro, em particular, a sociologia e a ciência política apresentaram um protagonismo expressivo nas discussões sobre a temática nos anos 1950, 1960 e iní-
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