Este artigo problematiza outros enfoques de avaliação para a compreensão das políticas públicas em diferentes contextos culturais, sociais e econômicos a partir da construção de parâmetros de avaliação distintos daqueles indicados pelo modelo técnico-formal de avaliação. Propõe-se uma ruptura com essa visão ortodoxa ao assumir que a avaliação de políticas públicas desconsidera os atores sociais envolvidos nas políticas, suas agendas e interesses, tornando-os invisíveis. Ao introduzir o conceito de trajetória, base para a construção de uma avaliação sob a abordagem antropológica, outro paradigma avaliativo emerge, configurando-se como um ethos epistemológico mais estruturado e crítico, alargando as bases conceituais e metodológicas.
RESUMOEste trabalho é uma avaliação comparada de dois programas de microcrédito, do Banco do Nordeste, diferentemente tipificados no campo das microfinanças: o Crediamigo, microcrédito produtivo orientado, e o Programa de Apoio a Projetos Produtivos Solidários -PAPPS, vinculado aos Fundos Rotativos Solidários -FRS, vertente das microfinanças solidárias. A metodologia de avaliação está centrada na etnografia, que permite apreender as representações, a visão de mundo e a perspectiva dos atores envolvidos nesses programas acerca do crédito e seus resultados. Os resultados apontam para diferentes impactos dos programas na renda dos beneficiários, mas também quanto a dimensões sociais e políticas. Palavras-chave: Economia Solidária. Microcrédito. Banco do Nordeste. ABSTRACT This paper is related to an evaluation comparison of two microcredit programs of Banco do Nordeste, unlike typified in the field of microfinance: Crediamigo, productive microcredit and Support Program for Productive Projects Solidarity -PAPPS, linked to Revolving Funds solidarity -FRS, shed microfinance solidarity. The evaluation methodology is focused on ethnography, which allows grasp representations, the worldview and perspective of the actors involved in these programs about credit and its results. The results suggest different impacts of the programs on the income of beneficiaries, but also as a social and political dimensions.
O presente artigo pretende realizar um balanço crítico sbre um conjunto de questões teóricas que vêm sendo tradicionalmente discutidas nas ciências sociais, nos últimos 30 anos, e que se insere no quadro conceptivo geral comumente conhecido como "Sociedade da Informação". Será dada especial ênfase para um conceito recentemente construído e diretamente tributário do conceito de "Sociedade da Informação": o de "Sociedade em Rede" de Manuel Castells.
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O artigo tem por objetivo trazer a participação dos atores sociais na modificação do desenho institucional da política pública de defesa dos direitos e deveres das crianças e dos adolescentes (ECA/90) a partir de uma experiência localizada, isto é, de um estudo de caso. Partimos da seguinte indagação: como os elementos locais mobilizam as ações dos atores sociais de modo a incidir modificações no desenho institucional da política? Para isso, fazemos uso da obtenção de dados empíricos, principalmente através de entrevistas abertas, utilizando a observação direta com os conselheiros tutelares do Conselho Tutelar (CT) do município de Horizonte, Estado do Ceará. Metodologicamente, aplicamos a explanação correlacional, exploratória e bibliográfica. Para a análise teórica, usamos o conceito de encaixe (Lavalle; Carlos; Dowbor e Szwako, 2018) para entender as ações dos atores sociais tutelares. O resultado dos dados nos permite afirmar que o Conselho Tutelar, quase invisibilizado por pesquisas de Instituições Participativas (IPs) no Brasil, sofre forte interferências dos elementos locais a ponto de reconfigurar os princípios basilares que caracterizam a política.
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Instituída há mais de dez anos, a Política Nacional de Mudanças Climáticas (PNMC – Lei nº 12.187/2009) representa um marco das políticas ambientais brasileiras, sendo a primeira política climática nacional da América Latina e uma das primeiras dos países da OCDE. Não obstante, por se tratar de uma política multifacetada, que requer o esforço de diversos setores – iniciativa privada, poder público e sociedade civil – avaliar sua implementação e resultados não é uma tarefa simples. Nos anos mais recentes, elementos avaliativos contextuais se mostraram importantes para a avaliação do desempenho da política de clima brasileira. Nesse sentido, a perspectiva da “avaliação em profundidade”, proposta por Rodrigues (2008), busca abranger, para além de elementos avaliativos tradicionais do campo de políticas públicas, dimensões como marcos conceituais, trajetórias institucionais e as mudanças de contextos políticos. O presente artigo busca levantar, analisar e relacionar elementos para o desenho de uma “avaliação em Profundidade” da PNMC.
Duas experiências distintas no campo das microfinanças promovidas pelo Banco do Nordeste do Brasil são aqui avaliadas: (1) Programa Crediamigo, de microcrédito urbano produtivo orientado; e (2) Programa de Apoio a Projetos Produtivos Solidários (PAPPS), nos pressupostos da economia solidária. Para tanto, o enfoque etnográfico é apresentado como importante metodologia no desenvolvimento de processos avaliativos. Aponta-se para o alcance de sujeitos, relativamente, no mesmo grupo social, porém que se apresentam como públicos diferentes e recebem atenções, impactos e investimentos dispares sobre suas vidas e trajetórias, de acordo com os programas em que se inserem. Os resultados mapeiam como essas duas políticas, dialogam ao mesmo tempo em que diferem e se distanciam em foco e peso dados às dimensões econômicas, sociais e políticas no Nordeste brasileiro. À guisa de conclusão, evidencia-se a lógica seguida pelos programas; os impactos proporcionados na vida dos alcançados; e que qualidades, limites e possibilidades desses programas.
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