A obstrução intestinal ocorre quando o fluxo normal do trato é interrompido, podendo ocorrer desde o esôfago até o reto. A dor abdominal é um sintoma capital nos pacientes portadores de obstrução intestinal, que tem alta incidência entre as enfermidades cirúrgicas do abdome agudo não traumático em serviços de urgência. Os principais fatores de risco são a cirurgia abdominal ou pélvica prévia, hérnia inguinal ou abdominal e história ou risco aumentado para neoplasia. Hoje, suas principais causas são por aderências e neoplasias malignas. A obstrução intestinal pode ser tratada com um manejo conservador ou cirúrgico. A diversidade, individualidade e mudanças no ser humano tornam cada vez mais importantes os trabalhos com epidemiologia. Com isso, há de se estabelecer a importância de um estudo que compare o perfil de pacientes com obstrução intestinal, com desfechos de morbimortalidade. Dessa forma, objetiva-se analisar os casos de pacientes portadores de obstrução intestinal tratados cirurgicamente na Unidade de Cirurgia Geral (UCG) do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), comparando as causas, morbimortalidade, os métodos diagnósticos, técnica cirúrgica empregada e as complicações da obstrução intestinal presentes nesta casuística. Trata-se de um estudo observacional, descritivo, do tipo série de casos a partir de uma análise retrospectiva do prontuário eletrônico (Sistema Trackcare) dos pacientes com obstrução intestinal tratados cirurgicamente no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), no ano de 2017 e 2018. As variáveis observadas foram: idade, sexo, ocupação, etnia, quadro clínico, exames diagnósticos, causa da obstrução intestinal, local da obstrução intestinal, comorbidades e complicações. Foram incluídos pacientes diagnosticados e tratados cirurgicamente por obstrução intestinal no HRAN, de janeiro de 2017 a dezembro de 2018. Foram excluídos os pacientes tratados de forma conservadora. Foram analisados 30 pacientes, dos quais a faixa etária média foi de 54,7 ± 16,9, sendo a maioria do sexo feminino. A maioria dos participantes foi diagnosticada por TC e submetida a laparotomia. Todos os pacientes apresentaram dor abdominal e parada de flatos e fezes como manifestação clínica. As duas maiores etiologias foram neoplasia maligna e aderências, sendo o cólon sigmóide o local mais acometido. As complicações mais apresentadas foram deiscência de aponeurose e IRA pré-renal. A taxa de mortalidade foi de 20%, sendo o choque séptico de foco abdominal o maior fator de morbimortalidade. Por conseguinte, a obstrução intestinal continua sendo uma patologia cirúrgica com uma incidência importante dentre os abdomes agudos, mas vem apresentando uma mudança em suas principais etiologias. Sendo importante ressaltar a neoplasia maligna de sigmoide como uma delas. Com isso, deve-se estar atento quanto ao desenvolvimento deste tipo de abdome agudo em tais pacientes.
A pancreatite aguda é uma doença inflamatória do pâncreas, considerada autolimitada, podendo acometer tecido peripancreáticos e causar complicações como necrose local e até mesmo falência de múltiplos órgãos. A litíase biliar é responsável por 7% dos casos de pancreatite aguda, sendo mais comum em mulheres. O tratamento precoce da litíase biliar é responsável pela diminuição dos casos de pancreatite aguda biliar e consequentemente os números de internação por esta patologia. Dessa forma, este estudo objetiva analisar os prontuários dos pacientes com quadro de pancreatite biliar internados no HRAN durante o ano de 2018. Descrevendo as comorbidades, o quadro clínico, tempo de evolução da doença biliar, diagnóstico e tratamento dos pacientes portadores de pancreatite aguda biliar.Metodologia: Trata-se de um estudo qualitativo, quantitativo, descritivo, retrospectivo, transversal e documental extraído de prontuários eletrônicos de pacientes internados no HRAN durante o ano de 2018. Para compor a amostra, foram considerados como critérios de inclusão pacientes do sexo masculino e feminino, de todas as faixas etárias admitidos na UCG do HRAN que tiveram diagnóstico de pancreatite biliar durante o ano analisado. Foram excluídos todos os pacientes submetidos a colecistectomia que não tiveram diagnóstico de pancreatite biliar descrito no prontuário eletrônico.Resultados: Foram analisados 136 prontuários, dos quais 23 eram prontuários de pacientes que tiveram quadro de pancreatite aguda biliar no ano de 2018. Houve uma prevalência de pacientes do sexo feminino (77%). Em relação a comorbidades associadas, 26% dos pacientes eram portadores de HAS. O tempo de evolução da doença biliar foi entre 1 e 2 anos em 30% dos pacientes. O quadro clínico mais prevalente foi a presença de dor em hipocôndrio direito. A USG de abdome foi realizada em todos os pacientes analizados. A colecistectomia VLP foi realizada em 95% da amostragem. 39% dos pacientes teve a resolução do quadro em um tempo médio maior que um ano.Considerações finais: A pancreatite biliar é uma patologia com incidência importante no púlbico geral. O quadro clínico característico é a presença de dor em hipocôndrio direito. O exame diagnóstico mais comum é a realização da USG de abdome e a resolução total do quadro supera 1 ano na maioria dos pacientes.
Foreign body ingestion is a frequent condition in emergency services all over the world. The ingestion is often involuntary in adults and voluntary in psychiatric patients, illicit drug or alcohol abusers, elderly people, and children. The predominant kind of involved foreign bodies usually differs among these particular groups of patients. The majority of objects pass spontaneously through the digestive tract; however, consequences with variable gravity may occur and further interventions, including surgery, can be needed. The main sites of impaction are the esophagus, stomach, angle of Treitz, and ileocecal valve. Herein is described a young female with a psychiatric disorder who has ingested multiple metallic objects of small and medium-size, and developed a perforation on the sigmoid. She was surgically managed with success and has been followed with psychiatrist support. Case studies enhance the knowledge about unsuspected conditions in practice.
Introdução: O envelhecimento da população é visto como um dos maiores triunfos como também um dos maiores desafios da humanidade, estando relacionado principalmente ao aumento da expectativa de vida pelas melhores condições de saúde e pela diminuição da taxa de fecundidade. Nesse contexto, apendicite aguda (AA), além de ser a patologia cirúrgica mais frequente, mesmo sendo comum em crianças e adultos jovens, vem apresentando uma incidência importante na população idosa. Nestes, entretanto, o diagnóstico mostra-se dificultado por anamnese incompleta ou confusa e características clínicas atípicas, além das múltiplas comorbidades, dificultando a propedêutica. Por isso, é de grande importância uma análise em particular deste grupo, visto a maior morbimortalidade que pode ocorrer e que esse acometimento na população geriátrica está relacionado a um atraso tanto diagnóstico quanto terapêutico. Dessa forma, objetiva-se investigar e comparar o achado cirúrgico, o achado anatomopatológico e a evolução pós-operatória com as possíveis complicações em pacientes idosos com AA internados na Unidade de Cirurgia Geral (UCG) do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN). Metodologia: Trata-se de estudo retrospectivo, qualitativo- quantitativo, com base em coorte extraída de prontuários eletrônicos de pacientes idosos que tiveram quadro de AA, internados e operados no HRAN durante o período de janeiro/2012 a dezembro/2017. Para compor a amostra foram considerados como critério de inclusão idade igual ou superior a 60 anos, dentro do CIDK.35, e que foram submetidos a apendicectomia, permanecendo internados por período igual ou superior a 24 horas. Para cada idoso, na intenção da composição do grupo controle, foi selecionado aleatoriamente dois pacientes de 18 a 30 anos, operados de AA no período descrito. Foram excluídos pacientes submetidos a laparotomia exploratória cujo diagnóstico operatório não foi confirmado. Resultados: Foram analisados 336 pacientes, 112 do grupo amostral e 224 do grupo controle. A faixa etária média dos participantes da amostra foi de 68,72±7,39 e do controle foi de 21,13±3,57, sendo a maioria do sexo masculino. A maioria dos participantes foi submetido a laparotomia, sendo que no grupo amostral a incisão infraumbilical foi a mais empregada, o que pode estar relacionado com a apresentação de AA complicada, enquanto no grupo controle, a incisão à Davis. A maioria das apendicectomias apresentavam Apêndice Grau I, mostrando uma terapêutica cirúrgica mais precoce destes paciente no hospital em estudo. A taxa de videolaparotomias foi pequena, mostrando ser uma técnica pouco empregada na instituição. O estudo anatomopatológico mostrou que a maioria das peças cirúrgicas se encontravam na caracterização de Apendicite Flegmônica e Apendicite Gangrenosa. A taxa de complicação nos idosos foi o dobro em relação aos jovens, sendo a infecção de ferida operatória a complicação mais frequente. A mortalidade foi mínima. Considerações finais: A AA continua sendo uma patologia cirúrgica com uma incidência importante no público em geral, assim como na população geriátrica, mas apresenta uma mortalidade mínima, mostrando sua resolutividade a partir do tratamento cirúrgico. É importante ressaltar a alta taxa de complicação no pós-operatório na população idosa analisada, podendo estar relacionada as apresentações mais complicadas de AA visto tanto no achado operatório quando na análise anatomopatológica
A Raiva humana é uma doença infecciosa aguda, de rápida evolução e que pode culminar em óbito se não houver procura de assistência médico-hospitalar pelo paciente. Por ser uma doença extremamente letal e não apresentar qualquer tratamento comprovadamente eficaz, a profilaxia é a forma mais segura e efetiva de controle da raiva. A vigilância epidemiológica atua em todas as fases do processo, desde a identificação de um caso suspeito, acompanhamento do animal possivelmente infectado e verificação da terapêutica indicada para cada caso. Assim, é feita a notificação dos casos pelos profissionais de saúde, permitindo a identificação precoce de áreas com maior circulação do vírus e consequentemente uma intervenção direta e eficaz, controlando possíveis surtos da doença. Objetivo: Analisar as fichas de notificação do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) dos atendimentos antirrábicos realizados no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) no ano de 2019. Método: Trata-se de um estudo observacional descritivo com dados secundários das notificações disponíveis no SINAN, a partir da análise das fichas relativas às notificações dos atendimentos antirrábicos realizados no HRAN do Distrito Federal (DF). O banco de dados foi disponibilizado pela Secretaria de Vigilância em Saúde do DF e realizou-se a análise das informações utilizando os programas Tabwin versão 3.2 e Microsoft Excel 365. Ademais, a revisão bibliográfica que permitiu a seleção dos artigos para fundamentar o estudo foi realizada a partir das bases de dados Scielo, Medline, BVS e Google Acadêmico, no período de 11 de abril de 2019 a 05 de julho de 2021. Resultados: Durante a análise dos dados verificou-se que os itens de preenchimento obrigatório apresentavam um ótimo grau de preenchimento. Já a completitude geral das fichas de notificação foi de 62%, classificada como ruim. Entretanto, em relação ao objetivo final do trabalho, o preenchimento dos dados de atendimento antirrábico pode ser classificado como satisfatório.
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