OBJETIVOS: avaliar a adesão às medidas de profilaxia da transmissão vertical do HIV em parturientes infectadas pelo HIV que receberam atendimento em uma maternidade de referência na cidade de Fortaleza, Estado do Ceará, Brasil. MÉTODOS: estudo transversal, com componentes descritivos e analíticos. Foram incluídas todas as parturientes com infecção pelo HIV admitidas na maternidade no período de janeiro de 2000 a agosto de 2004. RESULTADOS: participaram 110 parturientes infectadas pelo HIV, sendo que 102 (92,7%) informaram ter freqüentado serviço de pré-natal. Sessenta e três delas (57,3%) foram informadas de seu status sorológico no pré-natal, dessas, 39 (35,5%) sabiam ter Aids antes de engravidar. Identificou-se um elevado percentual de adesão às intervenções para a redução da transmissão vertical do HIV, sem haver diferença estatisticamente significativa entre o grupo de mulheres que conheciam ou não seu status sorológico. Ressalta-se que em 86 (78,1%) casos a adesão às intervenções foi considerada completa. CONCLUSÕES: a elevada adesão às condutas para a redução da transmissão vertical do HIV observada nesse estudo revela, por um lado, a viabilidade da aplicação dessas ações em Fortaleza e, por outro, a especificidade das condições de uma maternidade de referência não permitindo inferência sobre a situação global do município.
O Brasil deu um passo muito importante em 2018 para a ampliação do acesso a diagnóstico e a tratamento das pessoas acometidas pela doença de Chagas com a publicação do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) em doença de Chagas. As estimativas mais atuais, referendadas pelo 2º Consenso Brasileiro em doença de Chagas, revelam o tamanho deste desafio: 1,9 milhão a 4,6 milhões de pessoas infectadas por Trypanosoma cruzi que poderiam ser beneficiadas no Brasil. De fato, a doença de Chagas representa a doença tropical negligenciada com a maior carga de morbimortalidade no país, o que torna este documento de elevado impacto, como referência internacional para outros países endêmicos e não endêmicos.
In Latin America 96% of the cases of schistosomiasis occur in Brazil in low-socioeconomic status populations. The epidemiological characteristics and occurrence predictors of Schistosoma mansoni infection were determined in the Bananeiras community, located in Capistrano, a town in Ceará state, Brazil. Sanitary, environmental, socioeconomic, and behavioral data were collected using a semi-structured questionnaire. An investigation to assess S. mansoni infection was conducted using the Kato-Katz and Point-of-Care Circulating Cathodic Antigen (POC-CCA) methods. From the 258 subjects were analyzed, 54.3% (n=140) were women, median age 30 years. Thirty-three (12.8%) individuals were positive by either egg- and/or CCA-positivity. The highest positivity rate was found in the 30-39 year old group. There was no piped water supply, sewage network or municipal refuse collection service. Most individuals were illiterate or had not finished elementary school (66.3%). About 29.1% of the families had a monthly income below one Brazilian minimum wage and 91.1% reported contact with natural water sources. We found an association between infection and age group of 20-40 years, illiteracy, household with 7 inhabitants or more, household with up to 3 rooms and an outhouse. Contrarily, being 40 years old or older and household with up to 6 inhabitants were not risk factors. Schistosomiasis remains a public health problem in this municipality, evidencing a strong association with low socioeconomic conditions and high vulnerability. These findings reinforce the importance of identifying the factors associated with the infection for more effective guidance in actions in control programs targeting schistosomiasis prevention and control. KEY WORDS: Schistosomiasis; Schistosoma mansoni; epidemiology; predictors; low endemicity;urim antigen.
Introdução: O Brasil é responsável pela maior parte da carga de doença relacionada às Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs) na América Latina. Objetivo: Descrever as tendências temporais, padrões espaço-temporais e fatores associados à mortalidade relacionada às DTNs no Brasil. Material e Métodos: Foi realizada uma série de estudos ecológicos baseados em dados secundários de mortalidade provenientes do Sistema de Informações sobre Mortalidade. Foram incluídos todos os óbitos relacionados às DTNs registrados no Brasil no período de 2000 a 2011. A tese foi organizada em sete eixos temáticos de acordo com suas especificidades metodológicas e doenças analisadas: tendências temporais e padrões espaço-temporais da mortalidade relacionada ao grupo de DTNs (Eixo 1) e DTNs específicas com elevado impacto de mortalidade no Brasil (esquistossomose, hanseníase, neurocisticercose, leishmaniose visceral e coinfecção leishmaniose visceral e HIV/aids) (Eixos 2 a 6); análise dos fatores socioeconômicos, demográficos, ambientais/climáticos e de assistência à saúde associados à mortalidade relacionada às DTNs em nível municipal no Brasil, utilizando modelos de regressão linear multivariada e regressão espacial local (Eixo 7). Resultados: No período de estudo, 12.491.280 óbitos foram registrados no Brasil. Foram identificadas 100.814 (0,81%) declarações de óbitos em que pelo menos uma causa de morte relacionada às DTNs foi mencionada. A doença de Chagas foi a DTN mais mencionada (72.827; 72,0%), seguido pela esquistossomose (8.756; 8,7%) e hanseníase (7.732; 7,6%). O coeficiente médio padronizado de mortalidade foi de 5,67 óbitos/100.000 habitantes (intervalo de confiança de 95% [IC 95%]: 5,56-5,77). Os maiores coeficientes de mortalidade foram observados em pessoas do sexo masculino, com ≥70 anos de idade, raça/cor preta e residente na região Centro-Oeste. Os coeficientes de mortalidade apresentaram tendência de declínio significativo em nível nacional no período (variação percentual anual [APC]: -2,1%; IC 95%: -2,8; -1,3), com diminuição da mortalidade nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, aumento na região Norte e estabilidade na região Nordeste. Foram identificados clusters de alto risco em todas as regiões brasileiras, destacando-se um cluster que abrange uma ampla área geográfica na região central do Brasil. A análise de regressão linear multivariada mostrou uma associação global positiva entre a mortalidade relacionada às DTNs e a taxa de urbanização, migração, índice de Gini, taxa de desemprego, saneamento inadequado, população de raça/cor preta, cobertura do Programa Bolsa Família e temperatura, enquanto houve uma relação negativa com a renda domiciliar, densidade de médicos, extrema pobreza, densidade domiciliar, umidade e precipitação. Os resultados da Regressão Geograficamente Ponderada (GWR) indicaram variações espaciais significativas em todas as associações entre as variáveis explicativas e a mortalidade por DTNs ao longo de todo o país, em que cada fator ecológico teve efeito diferente sobre a mortalidade em diferentes regiões brasileiras. Conclusões: As DTNs continuam sendo importantes causas de morte preveníveis e um problema de saúde pública no Brasil. A sobreposição geográfica e as áreas de alto risco para óbitos relacionados às DTNs chamam atenção para implementação de medidas integradas de controle nas áreas com maior morbidade e mortalidade. A distribuição espacial da mortalidade relacionada às DTNs nos municípios brasileiros está correlacionada com indicadores socioeconômicos, demográficos e ambientais/climáticos, com variações geográficas significativas. Estratégias locais abrangentes e medidas de prevenção e controle para DTNs devem ser formuladas de acordo com essas características nas regiões endêmicas brasileiras.
Introduction: Epidemiological, operational and socio-demographic data on leprosy, as well as its direct and indirect impact on the affected person, his/her family, and community, are included in the group of neglected diseases. Objective: To analyze the association between the occurrence of physical disabilities in leprosy cases and individual vulnerability in hyperendemic municipalities. Methodology: population-based cross-sectional study of leprosy cases reported from 2001 to 2014 in two municipalities of Piauí/Brazil. Interviews and descriptive, bivariate and multivariate analyses were conducted to study eventual associations. Results: Of the 603 cases evaluated, the most frequent were female (52%), brown (46%), with low schooling, married/united (50%) and retired (28%). A significant proportion of cases was multibacillary (46%), Virchowian clinical form (14%), reactional episodes (20%), disability degree I or II (70%). The explanatory variables for the presence of some degree of physical disability were gender, age group, perceived health, operational classification, clinical form, and hypertension (p<0.05). Conclusion: The physical disabilities caused by leprosy involve, in addition to dermatoneurological damage, psychological damage resulting from the strong stigma they produce. This result reinforces the need for differentiated care and nursing in disability prevention, physical rehabilitation and psychological follow-up to ensure comprehensive care.
No abstract
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.