At first sight, Collective Health might seem to be multiple and fragmented. Aiming to understand better what defines it as knowledge and activity in society, we made a theoretical review of historical and epistemological considerations developed by researchers who dedicated themselves to characterizing it as a scientific and social field. First, based on this literature, we provide a brief panorama of the emergence of Collective Health in Brazil. It is important to notice that its origins date back to the end of the 1970s, in a context in which Brazil was experiencing a military dictatorship. Collective Health emerges, at that moment, connected with the struggle for democracy and with the Health Reform movement. We show the influences of preventive medicine and social medicine in its constitution. Then, we explore different attempts to delimit it as field of knowledge and practice. We sought to present Collective Health not through one single definition, but taking into account the multiplicity of constructions about it that we found. This allows us to point to an identity of difficult development and that is still under construction.
RESUMO. Neste trabalho discutimos as ideias de confusão de línguas, de trauma e de hospitalidade no campo psicanalítico. Para Ferenczi, a relação adulto-criança é marcada por uma confusão decorrente de uma diferença de línguas, de forma que muitas vezes um não entende o outro. Nesse contexto, é possível a emergência do trauma patogênico. A experiência analítica, ao invés de levar o acontecimento traumático a domínios psíquicos melhores, pode reproduzir e até agravar o que foi vivido como catastrófico na infância. Neste sentido, o princípio de hospitalidade na clínica analítica é de suma importância para se evitar uma possível reprodução do trauma entre analista e analisando. Neste artigo utilizamos como referência principal a obra de Sándor Ferenczi, estabelecendo relações em alguns pontos com textos de Jacques Derrida e de Walter Benjamin, que discutem a origem da confusão de línguas e o problema da possibilidade da tradução.
Quase cem anos separam a Guerra de Canudos (1896-1897) e o massacre do Carandiru (1992). Entretanto, é possível fazer aproximações entre esses episódios marcantes da história do Brasil. Ambos foram crimes cometidos pelo Estado, a partir de ordens de governantes, e contaram com enorme aparato repressivo. Simbólico também que ambos passaram por uma tentativa por parte do Estado de um esquecimento oficial da violência cometida, por meio da destruição dos espaços palcos dos massacres: Canudos sendo inundada para fazer o açude Cocorobó em 1969, e a penitenciária do Carandiru sendo implodida para fazer o Parque da Juventude, a partir de 2002. A proposta deste trabalho é a de discutir nesses casos de massacres a importância que obras literárias tiveram em relação à memória desses crimes. No caso do Massacre de Canudos: Os sertões, de Euclides da Cunha; no caso do Massacre do Carandiru: “Diário de um detento”, de Racionais MC’s. A discussão sobre essas obras para a memória se torna ainda mais relevante quando levamos em conta que o Brasil tem sistematicamente falhado em julgar crimes cometidos pelo próprio Estado. Sem desconsiderar as diferenças significativas entre o livro de Euclides da Cunha e a canção dos Racionais MC’s, proponho discutir como a literatura foi convocada, nesses casos, a se posicionar diante da história brasileira, denunciando crimes cometidos pelo Estado que corriam, e ainda correm, o risco de serem silenciados e apagados.
O objetivo deste artigo é analisar a forma como a violência é apresentada nos programas de jornalismo policial televisivo e debater os possíveis efeitos dos programas em seus telespectadores. Selecionamos como material de análise algumas edições de programas do gênero: do Brasil Urgente (TV Bandeirantes São Paulo), do Cidade Alerta e do Balanço Geral (ambos da TV Record São Paulo). Uma amostra aleatória de sete edições foi gravada, transcrita e submetida à análise qualitativa de discurso. Como fundamentação teórica para a interpretação dos programas, utilizou-se um referencial oriundo da Teoria Crítica da sociedade. A partir da análise, chegamos à conclusão de que a estrutura do jornalismo policial parece provocar dois grandes efeitos em seu público: 1) ela coloca seus telespectadores em uma posição conformista, por meio da qual o sistema social é protegido e reforçado; 2) os programas alimentam uma forma paranoica de relação com a realidade social, a partir da construção de uma visão de mundo fundada no medo. O estudo indica, por fim, que programas do gênero podem alimentar processo de exclusão social, ao consolidar estigmas e preconceitos, além de reforçar demandas por um Estado autoritário e violento.
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