A aula, seus artefatos, seus sujeitos e as relações que se estabelecem em seu acontecimento são discutidos à luz da teoria da atividade, tendo como questão norteadora a identificação dos seus conceitos nucleares e de suas possibilidades de estimular práticas educativas. A abordagem é realizada a partir de autores que têm diferenças entre si, mas que possuem uma relação com a dialética marxiana: Vygotsky, Adorno, Leontiev e Engeström. O ensaio é elaborado como uma espiral em quatro giros. O primeiro giro parte das noções de ambiente de aprendizagem e de prática educativa. A meta é definir a sala de aula como um complexo interativo. Aqui são discutidas a cognição e seu caráter distribuído e a inteligência como uma realização e, não, como posse. O segundo giro é sobre a noção de atividade e a meta é relacioná-la com a práxis, que se efetiva quando uma atividade objetal possibilita a formação da consciência. Essas elaborações foram feitas mediante interlocuções com ideias de Vygotsky e de Leontiev. Em seguida aparecem o sujeito e sua aprendizagem. O pano de fundo é a relação entre sujeito e objeto. O que é afirmado é que o sentido que o indivíduo atribui às ações está relacionado ao motivo que o leva a participar de uma atividade. O último giro é sobre a atividade como um complexo de relações sociais. O principal convidado é Engeström. A meta é relacionar as noções de atividade e de experiência para evidenciar o sentido dialético de ambas. Busca-se elaborar um referencial que possibilite refletir sobre como se articulam os fatores materiais e os agentes humanos na promoção de oportunidades de aprendizagem; um referencial capaz tanto de possibilitar interlocuções teóricas, quanto de fomentar empirias. Esse propósito constituiu-se a partir de uma convergência de perspectivas sobre a cognição, a aula e a escola, que resultou na conceituação de prática educativa e de ambiente de aprendizagem escolar.
Este artigo apresenta referências para melhor compreender a implementação de mudanças na escola, sistematizando-as a partir de um estudo sobre a Reforma do Sistema Educativo na Espanha e a implantação de um Currículo Nacional na Inglaterra e País de Gales, conjugado a revisões de pesquisas desenvolvidas nesse campo. A Reforma do Sistema Educativo espanhol tentou equilibrar o caráter prescritivo de diretrizes gerais com o caráter aberto da atribuição de cada escola elaborar sua proposta curricular, a partir de seu contexto e no marco das diretrizes propostas. Seu estudo contribuiu, sobretudo, para explicitar a diversidade de visões e posicionamentos que emergem do contexto de uma inovação. Essa diversidade é sintetizada na forma de seis diferentes tensões. A implantação de um Currículo Nacional na Inglaterra objetivou estabelecer um maior controle sobre a escola por intermédio de um currículo detalhado e prescritivo, associado à aplicação de exames externos como instrumentos de avaliação da escola por meio do desempenho dos alunos nos testes. No caso da experiência inglesa, são expostas análises fundadas em um conjunto diversificado de dados de pesquisa. Essas pesquisas apontam resultados desastrosos no contexto escolar, com o empobrecimento da prática pedagógica, predominando atividades preparatórias para os exames externos. Apresentadas as referências, a partir do substrato proporcionado por essas duas experiências, o autor conclui propondo ir além da perspectiva de implementar inovações em direção a processos de desenvolvimento profissional e institucional, que constituem, na escola, uma maior capacidade de produzir e interagir criticamente com propostas e contextos de mudança.
RESUMO: O objetivo deste trabalho é o de contribuir para a construção de uma concepção de avaliação fundamentada na perspectiva sócio-histórico-cultural, que tem orientado nossa atuação como professores e como pesquisadores. Para isso, contrastamos dois modelos de avaliação, denominados como psicométrico e dialógico, tendo como base referências extraídas das teorias da atividade e da ação mediada. Os modelos são diferenciados a partir de seu potencial para: (i) explorar tensões constitutivas da prática educativa, que podem ser identificadas no processo de avaliação; (ii) proporcionar a tomada de consciência, pelos estudantes e professores, das tensões e desafios da prática educativa por eles vivenciada; (iii) orientar o planejamento pedagógico concebido pelos professores a partir das contribuições dos estudantes. Entendemos essas potencialidades como essenciais à instauração de práticas de avaliação comprometidas com a elevação de professores e estudantes à condição de sujeitos da experiência escolar. Palavras-chave: Avaliação Escolar; Teoria da Atividade; Teoria da Ação Mediada. ACTIVITY, MEDIATED ACTION AND SCHOOL ASSESSMENT ABSTRACT:The objective of this paper is to contribute to an assessment conception grounded in social-historical-cultural perspective, which has oriented this research and our practice as teachers. This objective is reached by contrasting two assessment models, named psychometric and dialogic, using references extracted from the Activity and Mediated Action Theories. The models are distinguished detaching their potential for: (i) revealing constitutive tensions that can be identified in assessment process; (ii) raising students and teachers' awareness of the educational practice experienced by them; (iii) orienting pedagogical planning conceived by teachers from students' contributions. We understand these potentialities as essential for the creation of assessment practices committed to improve students and teachers to a status of subjects in the scholar experience.
E N S A I O -P e s q u i s a e m E d u c a ç ã o e m C i ê n c i a s V o l u m e 0 8 / N ú m e r o 1 -j u l h o d e 2 0 0 RESUMOApresentamos um referencial teórico para investigar a sala de aula, que articulamos a partir das seguintes matrizes teórico-metodológicas: cognição situada, etnometodologia, fundamentos biológicos da cognição, cognição distribuída e fenomenologia. Discutimos as contribuições que extraímos dessas matrizes ao longo de uma investigação que comparou as práticas de interpretação de alunos em diferentes ambientes de aprendizagem. Com base nessa discussão propomos direções para olhar a sala de aula, que se articulam em torno da afirmação da cognição como fenômeno. A cognição, como processo de produção de conhecimento, é materialmente e socialmente distribuída. Portanto, é situada e, como fenômeno, expressa a ação de uma consciência que se projeta para fora do indivíduo, constituindo os objetos do mundo. Palavras-chave: ambientes de aprendizagem, cognição situada, fenomenologia. ABSTRACTThis paper is aimed at presenting a theoretical framework for investigating the classroom. It was articulated from the following theoretical and methodological frameworks: situated cognition, ethno-methodology, biological foundations of cognition, distributed cognition and phenomenology. The contributions from these frameworks were grasped in the course of an inquiry in which we seek to compare some features of the interpretative practices of students in different learning environments. The results of the theoretical study, in a continuous dialogue with the investigation practice, were articulated to provide directions to look at the classroom. Cognition, as a knowledge production process, is understood as socially and materially distributed. Then, it is situated, and as a phenomenon, expresses consciousness's action of projecting itself out of the being, constituting the world's objects.
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