Resumo: O muiraquitã é um artefato arqueológico raro e característico das sociedades pré-coloniais do baixo Amazonas e de área circum-caribenha. Foi confeccionado por meio de diversos tipos de minerais, sendo os mais conhecidos os de pedra verde, sobretudo a nefrita. Embora sua função ainda seja desconhecida, a literatura etnográfica e arqueológica sugere que estes objetos conotavam símbolos de poder, haja vista a ampla rede de circulação em que estavam inseridos. Este artigo descreve um muiraquitã encontrado na estearia da Boca do Rio, região das estearias maranhenses. As análises foram feitas por MicroRaman, com auxílio do equipamento de bancada BWTEK, da GemExpert, difração de raios X (DRX), evidenciando que o artefato foi confeccionado em tremolita/actinolita, um mineral inexistente no Maranhão. Propõe-se uma possibilidade acerca da cadeia operatória do artefato e analisam-se as possíveis redes regionais de interação comercial e simbólica nas quais este muiraquitã esteve envolvido. Palavras-chave:Muiraquitã. Estearias. Arqueologia da Amazônia. Difração de raio X. Análise por MicroRaman. Abstract:The muiraquitã is a rare and characteristic archaeological artifact of the Lower Amazon and Circum-Caribbean precolonial societies. It used to be made of various types of minerals, of which the best known are green stones, especially nephrite. Although its function is still unknown, ethnographic and archaeological literature suggests that these objects represented symbols of power, given the wide circulation network in which these artifacts were inserted. This article describes a muiraquitã found in the dwelling at Boca do Rio. The methods used in this analysis were MicroRaman together with BWTEK GemExpert and X-ray diffraction (XRD), which showed that the artifact was made of tremolite/actinolite, a mineral lacking in Maranhão. A possible operational sequence in the manufacture of the muiraquitã is proposed, as well as the possible regional networks to which it belonged.
Musealização da Arqueologia: diagnóstico do patrimônio arqueológico em museus potiguares
Palavras-chave: Arqueologia Pública, capitalismo, preservação, interação social. ABSTRACTThe article deals with the public archeology, understood as a discipline designed to interact and share with society. Search highlight the presence/absence of public archeology in archaeological projects (2008)(2009)(2010)(2011)(2012)(2013)(2014), reflecting on the relationship of public archeology in a capitalist context and the preservation of archaeological resources. The stud is the result of a literature search and will include the analysis and graphical interpretation. The results 1 Mestranda no Programa de Pós-graduação em Arqueologia da UFPI.
CISNEROS, J.C.; SILVA, A.S.N.F. Primeiras abordagens sobre o Sítio Arqueológico-Paleontológico Araçá, Município de Corrente, Extremo Sul do Piauí. R. Museu Arq. Etn., 30: 84-103, 2018. Resumo: Este artigo tem como objetivo fornecer análises preliminares e sugerir a elaboração de um modelo preditivo para a arqueologia no extremo sul do estado do Piauí, levando em consideração as características geoambientais da região e um sítio paleontológico e arqueológico no município de Corrente, Piauí. A área de estudo apresenta arenito silicificado e abundantes artefatos líticos, produzidos essencialmente a partir dessa matéria-prima, além de restos fósseis de Eremotherium laurillardi, uma espécie de mamífero típica do Pleistoceno final americano. Acredita-se que a presença de instrumentos líticos esteja ligada à disponibilidade da matéria-prima, portanto, um modelo preditivo considerando esse padrão prevê a probabilidade de recursos arqueológicos em outras áreas que expõem camadas sedimentares com arenito silicificado. Embora tenha sido observada a presença de artefatos líticos na área dos fósseis, análises estratigráficas e paleoambientais detalhadas do afloramento, bem como a datação das evidências, serão necessárias para melhor entender a relação entre o ser humano e a megafauna nesse local.
O presente trabalho tem como objetivo apresentar a variação das lâminas de machado polidas analisados entre sete coleções arqueológicas no Estado do Rio Grande do Norte, a partir de uma perspectiva tecno-morfológica. A maioria dos artefatos dessas coleções se constituíram de doações, trocas e compras, como também a partir de achados fortuitos por colecionadores particulares, onde esses processos ocorreram desde a década de 1950, o que acarretou a formação de acervos de museus e de particulares. Em ambos os casos, há uma grande perda de informações quanto aos contextos específicos e de possíveis cadeias produtivas. No geral, as peças que têm como técnica final na sua fabricação o polimento por toda a superfície do instrumento, apresentam-se em 18 variantes em suas morfologias. Além de superfícies polidas, algumas lâminas apresentam também outras marcas, como o picoteamento, sobretudo para dar a forma geral de cada artefato. Por último, levando-se em conta que a grande maioria destas são desprovidas de dados sobre os seus contextos arqueológicos, apresentamos aqui o entendimento geral na reconstituição da cadeia operatória desses líticos polidos.
As análises sobre objetos líticos têm constantemente ampliado seu espectro interpretativo, principalmente, no caso dos trabalhos que versam a partir de uma perspectiva de compreensão tecnológica. Diante dessa ampliação, a partir desse texto, busca-se contribuir com os aspectos epistemológicos nas análises de instrumentos líticos, através da articulação ou complementaridade do conceito de Técnicas Corporais preconizado por Marcel Mauss (1950), juntamente com a perspectiva da Educação da Atenção de Tim Ingold (2010). Partimos de uma perspectiva hipotética de que os atos efetivados na confecção de instrumentos líticos possuem uma dimensão tradicional, considerando a influência das gerações anteriores e o repasse dos modos de produção para as novas gerações; assim como possuem, também, uma dimensão eficaz relativa, tendo em vista que nem sempre a eficácia da transmissão dos aspectos culturais de produção dos instrumentos líticos é apreendida por justaposição pela estrutura mental dos indivíduos. Assim, a interpretação dos instrumentos líticos, no que concerne os modos de produção e uso desses instrumentos em seus respectivos contextos sistêmicos, manifesta também uma propensão interpretativa sob uma ótica de ensino, naquilo que diz respeito a transmissão de aspectos culturais balizados por uma temporalidade intrínseca ao contexto presente dos indivíduos. Buscam-se, assim, princípios interpretativos que suplantem parâmetros vinculados apenas às óticas padronizadas sobre os instrumentos líticos, superando, desse modo, análises que desconsideram aspectos que não são abrangidos por padronização de comportamentos.
As coleções arqueológicas quando em contextos museológicos são muitas vezes pouco articuladas com outros conjuntos patrimoniais, revelando relações que foram estabelecidas para com esses bens e evidenciando um processo de isolamento e esquecimento dos objetos arqueológicos enquanto constituintes das memórias locais, regionais ou nacionais. Esta "estratigrafia do abandono" é observada no Rio Grande do Norte a partir dos bens arqueológicos existentes nos museus Câmara Cascudo, Lauro da Escóssia, Seridó e Soledade. Assim, estudando realidades institucionais distintas, busca-se contribuir para a percepção não só do potencial informativo e comunicativo das coleções arqueológicas potiguares encontradas nesses museus, mas também tem-se por objetivo evidenciar a maneira como esse campo do patrimônio cultural brasileiro tem sido abordado no Rio Grande do Norte.
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