Com os trabalhos de melhoramento da cana-de-açúcar, realizados em 1947, 1948 e 1949, obtiveram-se numerosos «seedlings» muito promissores, que foram estudados em ensaios de competição com as melhores variedades existentes. Foram realizadas duas séries de experiências, em terras de várias usinas do Estado de São Paulo, tôdas em solo de terra-roxa-misturada. A primeira série foi plantada em 1954, usando-se na comparação a variedade Co. 290. Estas experiências foram encerradas após o segundo corte, em 1956. Na segunda série, iniciada em 1957, aproveitaram-se os «seedlings» que mais se destacaram na primeira. Nesse estudo, utilizou-se um delineamento em lattice balanceado 5x5 com 6 repetições. Como testemunhas, foram utilizadas as variedades CB 41/76, Co. 419 e CB 40/69. Em cada experiência desta série foram feitos três cortes: cana-planta, soca e ressoca. Os resultados mostraram produções muito baixas para a variedade Co. 419, bem inferiores às da CB 41/76 e 40/69. Os «seedlings» de números 49/131, 48/65 e 47/31 apresentaram, em geral, produções superiores às das testemunhas. O «seedling» 47/13, embora com produções nem sempre superiores às das duas CB testemunhas, apresentou alta riqueza em açúcar. O «seedling» 49/3, por sua vez, com produção de cana. das melhores, não satisfez quanto à riqueza em açúcar. Os demais «ssedlings» estudados não apresentaram maior interêsse. Foram considerados como novas variedades, recebendo prefixo IAC, os «seedlings»: 47/13, 47/31, 48/65, 49/3 e 49/131.
Objetivando estudar dezoito clones de cana-de-açúcar provenientes de hibridações efetuadas em Ubatuba, SP, em 1965, tendo como padrão as variedades comerciais NA56-79 e CB41-76, efetuou-se um experimento em latossolo roxo na Usina Santa Lydia, em Ribeirão Preto, SP. No ensaio, plantado em março de 1973, utilizou-se o delineamento em blocos casualizados com quatro repetições, sendo a análise estatística feita com a média das três colheitas (cana-planta, soca e ressoca). Avaliou-se a produção agrícola, teor de açúcar provável e produtividade de açúcar provável. O clone IAC65-55 apresentou produtividade de açúcar significativamente superior ao padrão CB41-76, enquanto os clones IAC65-220, IAC65-257, IAC65-255, IAC65-155 e IAC65-113 não diferiram significativamente dele. Nenhum desses clones diferiu da variedade NA56-79 em produtividade de açúcar. Em função dessas características, associadas à resistência ao "carvão", os clones IAC65-55, IAC65-257, IAC65-113, IAC65-155 e IAC65-255 poderão constituir alternativas para o cultivo na região de Ribeirão Preto.
Em 1957-58 foram conduzidas, em fazendas da Usina Itaiquara, com sede no Município de Tapiratiba, São Paulo, 18 experiências fatoriais 3³ para N, P e K, usando-se 0, 80, 160 kg/ha de N e K2O, como sulfato de amônio e cloreto de potássio, e 0, 90, 180 kg/ha de P2O5, como superfosfato simples. As áreas utilizadas, tôdas do grande tipo de solo massapê-salmourão, haviam sido cultivadas durante períodos muito diferentes, variando também o número de vêzes que foram adubadas com uma fórmula constituída quase exclusivamente de fósforo. O ano agrícola 1957-58 foi favorável à cultura da cana. O efeito do fósforo só foi significativo em seis, das 18 experiências. Em média, destas e das duas doses, êle correspondeu a +8,3 t/ha, mas variou muito nas experiências individuais. Tendo alcançado +40,3 e +43,1 t/ha nas duas localizadas em áreas adubadas uma vez nas culturas anteriores, oscilou entre -3,5 e +12,5 t/ha nas 16 conduzidas em áreas que já haviam recebido duas a cinco adubações. Entretanto, o efeito do potássio só não obteve significância em uma experiência e as respostas médias às suas doses 1 e 2 corresponderam, respectivamente, a +12,9 e + 23,5 t/ha. Em uma experiência a dose 2 aumentou a produção de apenas 4,3 t/ha, mas em sete provocou aumentos de 11,3 a 18,5 e, nas outras dez, de 20,0 a 54,6 t/ha. O efeito do nitrogênio, que correspondeu a +6,8 t/ha na média geral, só foi significativo em seis experiências. Mesmo na presença do potássio, que a tornou maior, a resposta à dose 2, +9,8 t/ha, não foi satisfatória. Em média das 18 experiências, a produção de cana, que foi de 90,6 t/ha no tratamento sem adubo e passou a 101,4 t/ha no adubado exclusivamente com a dose 1 de fósforo (adubação semelhante à empregada pela usina), elevou-se a 135,8 t/ha no que recebeu as doses maiores dos três elementos. A grande reação ao potássio é atribuída principalmente ao fato de, na sua maioria, as áreas estudadas terem sido cultivadas por longo tempo e recebido adubações quase exclusivamente fosfatadas. Essas adubações explicam, também, o pequeno efeito do fósforo na maior parte das experiências. É de estranhar que, em tais condições, as respostas ao nitrogênio não tenham sido mais pronunciadas.
Foram conduzidas duas séries de experimentos de competição de variedades de cana-de-açúcar no Estado de São Paulo, nos próprios locais de cultivo comercial e nas próprias terras das usinas de açúcar e álcool. Estudaram-se 25 variedades numa série de dez experimentos em "lattice" parcialmente balanceado 5 x 5 e dezessete variedades noutra série de seis experimentos em blocos ao acaso, com a finalidade de indicar as melhores para o cultivo, escolhidas entre algumas em cultivo e outras obtidas nos trabalhos de melhoramento genético do Instituto Agronômico ou introduzidas recentemente no Estado. A cana foi plantada em 1970, efetuando-se três colheitas: cana-planta, soca e ressoca. Os resultados obtidos demonstram que podem ser cultivadas no Estado de São Paulo, além das IAC51-205 e CB41-76, as variedades NA56-79, IAC52-326, IAC57-259, CP51-22, IAC52-150 e IAC58-480. A NA56-79 foi superior à CB41-76 quanto ao açúcar produzido por unidade de área. As demais não diferiram das testemunhas IAC51-205, IAC50-134 e CB41-76. As variedades IAC52-150, NA56-79 e IAC58-480 apresentaram altos teores de açúcar, muito superiores à CB41-76, enquanto as IAC58-480, CP51-22 e IAC52-326 apresentaram as melhores brotações de socas.
No presente trabalho são apresentados os resultados de uma série de cinco experiências regionais de variedades de cana-de-açúcar, realizadas a partir de 1955, o localizadas nas Usinas Santa Elisa, Tamôio, ltaiquara, Pôrto Feliz e na Fazenda Santa Escolástica. A finalidade das experiências foi determinar, entre as variedades estudadas, as que seriam recomendáveis para os diferentes tipos de solo, nas diversas regiões onde se cultiva a cana-de-açúcar nn Estado de São Paulo. Em cada experiência foram feitos três cortes, estudando-se as produções de cana e de açúcar provável do primeiro corte e soma total dos três cortes. Pelos resultados obtidos verifica-se que a CB .45/3 foi a variedade mais produtiva, porém, dada a sua suscetibilidade ao carvão-da-cana, seu plantio está proibido no Estado de São Paulo. As variedades mais recomendáveis foram, de maneira geral, CP.44/101 e CB .41/58 A primeira apresenta alta riqueza em açúcar e é de maturação precoce, sendo porém bastante suscetível à escadadura-das-fôlhas, a segunda sendo de maturação tardia. A Co.419, cultivada em porcentagem apreciável no Estado de São Paulo, só produziu bem em terras roxa e roxa-misturada de boa fertilidade. Além destas, a CB.41/14 produziu bem na experiência da Usina Itaiquara em solo massapê-salmourão. sendo que nas outras experiências apresentou produções regalares; a CB.36/14 também produziu bem na Usina Itaiquara, embora com menor produção que a CB .41/14, enquanto a CB. 41/61 apresentou boa produção na experiência localizada na Usina Santa Elisa em terra-roxa-mistnrada. Apresentaram comportamento apenas regular as variedades CB.40/35, que é das mais ricas em açúcar, e a Co.301, com uma riqueza em açúcar pouco satisfatória. A CB.44/105, estudada sòmente em Pôrto Feliz, em terra-roxa-inisturada do Glacial, comportou-se como a Co.301 nas outras experiências, isto é, com boa produção de cana porém baixa riqueza em açúcar. A Co.290, pelas produções apresentadas, confirmou que não deve mais ser plantada no Estado de São Paulo.
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