Este artigo envolve a dinâmica da intervenção humana de ocupação Floresta Nacional (Flona) do Jamari, que vem apresentando significativas mudanças no uso e cobertura do solo, principalmente em sua zona de amortecimento, pela sua relação com a expansão da fronteira agrícola do “Arco de Desmatamento” amazônico que está afetando o corredor ecológico de áreas protegidas de Rondônia, em que a Flona está inserida, associada à interferência da permissão pela legislação para a continuidade das atividades de mineração de cassiterita na Flona, iniciada na década de 1960. Neste contexto, o objetivo consiste em qualificar, quantificar e especializar as classes de uso e cobertura do solo na Flona do Jamari e em sua zona de amortecimento desde o ano 2000, a partir da instituição do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (Brasil, 2000), ao ano 2017, incluindo avaliação de perdas, ganhos e persistências de áreas dessas classes. Revegetação em áreas degradadas pela atividade de mineração de cassiterita é identificada na Flona do Jamari (2.180.99 hectares, 0,98%), bem como a diminuição de áreas das Classes Pastagem (0,59%), Hidrografia (0,11%), Formação Campestre (0,08%) e Lavouras Temporárias (0,04%), mantendo-se a mesma área utilizada para a Classe Mineração. Na zona de amortecimento houve a substituição 18,62% da Classe Floresta pelas interações de atividades antrópicas socioambientais envolvendo Pastagem (11,91%), Hidrografia (0,97%), Lavouras Temporárias (0,06%) e Infraestrutura Urbana (0,04%), bem como o surgimento da Soja como a nova Classe de Uso e Cobertura do Solo em 2017 na zona de amortecimento (7.791,82 hectares, 1,69%). A perda de 44.695,74 ha dessa Classe Floresta em sua zona de amortecimento evidencia a intensa pressão antrópica na Flona do Jamari como característica ambiental do contexto regional amazônico da expansão da fronteira agrícola do “Arco de Desmatamento” afetando o corredor ecológico de áreas protegidas de Rondônia em que a Flona está inserida, pela carência de políticas de proteção mais eficientes. O processo de revegetação com o aumento da Classe Floresta, coincide com a legislação em vigor referente ao processo de revegetação na recuperação de áreas degradadas pela modificação do solo ao acessar os depósitos minerais do subsolo da Flona.