A ditadura civil-militar tinha sido um período bastante obscuro de repressão política, social e cultural durante essa breve história do Brasil. O poder centralizado em poucos representantes detentores do poder conduziu uma onda de violência de forma legitimada em prol de uma segurança nacional contra a fantasmática progressista, mesmo que isto sacrificasse o bem-estar de uma boa parte da população. Baseado primordialmente no mito do Pai da Horda, encontrada na antropologia freudiana em Totem e tabu (1913/1981), este artigo tem como objetivo transcorrer sobre a gênese do autoritarismo que é clamado pela massa das camadas populares na constituição das relações de subordinações políticas entre os seres humanos, articulados com saberes sobre os objetos de gozo, a ruptura infantil com os pais e a consequente rejeição da verdade em Lacan, bem como os desdobramentos teóricos propostos pelos seus discípulos contemporâneos na prevenção do retorno dessa forma de política.