2018
DOI: 10.19131/rpesm.0224
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Vivências dos enfermeiros sobre morte e morrer em cuidados intensivos: Uma reflexão fenomenológica

Abstract: Na atualidade a morte tem vindo a ser remetida para o hospital em detrimento do espaço íntimo do lar. As unidades de cuidados intensivos são altamente tecnológicas, abertas e destituídas de privacidade, onde a morte é um fenómeno frequente, algumas vezes inesperado, mas quase sempre traumático. Neste contexto, o enfermeiro é confrontado com diversos dilemas e emoções que podem comprometer a sua saúde mental e condicionar os cuidados que presta a alguém em final de vida. OBJETIVOS: Explorar e descrever a experi… Show more

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“…Tal fato elucida-nos para a necessidade de investir na formação dos profissionais, de modo que, diante do fim da vida, possam garantir uma assistência mais próxima da pessoa doente e família, investindo na comunicação, na parceria de cuidados, na gestão do sofrimento, na perda e no processo de luto. 5,8,25 Devemos, assim, preparar os profissionais para lidar com a morte e o processo de morrer nas diferentes áreas de atuação, e para que sejam capazes de direcionar a sua intervenção a cada contexto, a cada necessidade, a cada vivência descrita, de modo a que a fase final do ciclo vital seja vivenciada de forma digna. 8,24 Embora a formação acadêmica não seja o único aspecto que influencia a atuação dos profissionais de enfermagem, vários autores têm salientado o seu indiscutível contributo.…”
Section: Discussionunclassified
“…Tal fato elucida-nos para a necessidade de investir na formação dos profissionais, de modo que, diante do fim da vida, possam garantir uma assistência mais próxima da pessoa doente e família, investindo na comunicação, na parceria de cuidados, na gestão do sofrimento, na perda e no processo de luto. 5,8,25 Devemos, assim, preparar os profissionais para lidar com a morte e o processo de morrer nas diferentes áreas de atuação, e para que sejam capazes de direcionar a sua intervenção a cada contexto, a cada necessidade, a cada vivência descrita, de modo a que a fase final do ciclo vital seja vivenciada de forma digna. 8,24 Embora a formação acadêmica não seja o único aspecto que influencia a atuação dos profissionais de enfermagem, vários autores têm salientado o seu indiscutível contributo.…”
Section: Discussionunclassified
“…De facto, os resultados obtidos em relação à dimensão medo da morte, impõe a necessidade de se refletir sobre o modo como estes profissionais têm sido preparados para enfrentar a inevitabilidade da morte. Embora seja indiscutível que face à evolução técnico-científica na área da saúde, a formação especializada dote os enfermeiros de um nível de conhecimento acrescido e promova o desenvolvimento de competências imprescindíveis à prestação de cuidados a pessoas em condições clínicas cada vez mais complexas (18) , o mesmo poderá não estar a acontecer perante pessoas em situação de fim de vida. Neste contexto, importa resgatar o referido por uma teórica de enfermagem, que recentemente advertiu para o facto das tecnologias e das políticas de medicalização existentes nos hospitais estarem a desviar a enfermagem das suas bases disciplinares, correndo o risco de sob pressão vir a sujeitar-se a uma visão medicalizada e curativista das experiências vividas pelas pessoas (19) .…”
Section: Discussionunclassified
“…No passado, a relação com a morte era de naturalidade e proximidade, mais recentemente a morte é experimentada de forma reprimida e distante, e considerada maldita, interdita e repelida (Ariès, 2011). A morte é cada vez mais frequente em ambiente hospitalar e em unidades de cuidados continuados, levando a que os enfermeiros, que não possuem estratégias de gestão emocional, desvalorizem, minimizem ou não diagnostiquem o sofrimento do doente e família (Limonero et al, 2018), prestando cuidados rotineiros e tecnicistas (Silva et al, 2018).…”
Section: Enquadramentounclassified
“…A morte tem sido rejeitada e negada do quotidiano familiar e social deixando de ser encarada como um processo natural inerente à condição humana, sendo remetida para os hospitais em substituição do domicílio (Silva, Lage, & Macedo, 2018). Os profissionais de saúde, em especial os enfermeiros, pela sua proximidade com a pessoa em fim de vida, vivenciam emoções negativas que exigem um ajustamento eficaz, no entanto, sabe-se que nem todos os enfermeiros lidam adequadamente com a morte (Becker, Wright, & Schmit, 2017).…”
Section: Introductionunclassified