Introdução: a identificação odontológica depende da comparação entre os caracteres observados no cadáver com os registros odontológicos da pessoa desaparecida. Portanto, para sua viabilidade, é necessário obter amplo acesso à cavidade oral por meio das necropsias odontológicas, que podem ser classificadas, quanto à região a ser abordada, em técnicas cefálicas e cervicais. Objetivo: relatar dois casos de necropsia oral, via abordagem cefálica, realizados no Núcleo de Perícias Médicas e Odontológicas de Juazeiro do Norte/CE, em cadáveres vítimas de mortes violentas. Metodologia: as técnicas de Correa Ramírez e Luntz preconizam incisões partindo da região cervical e comissura labial, respectivamente, com posterior rebatimento dos tecidos moles, seguida de secção bilateral dos ramos ascendentes da mandíbula, próximo às articulações temporomandibulares, permitindo sua retirada. Em seguida, remove-se a maxila logo abaixo do processo zigomático, na altura média da abertura piriforme, liberando-a completamente. Retirados e examinados os maxilares, confecciona-se o odontograma e, por último, reconstituição e sutura. Resultados e Discussão: as técnicas são céleres e simples, fornecendo amplo acesso aos maxilares, e as incisões decorrentes não se tornam óbice, pois estão indicadas em casos de corpos danificados ou em estágio avançado de putrefação. Conclusão: as técnicas permitem o exame detalhado dos arcos dentais, confrontando as informações post mortem com as ante mortem.