“…Acreditamos que, pelo menos em parte, essa bai- xa prevalência possa ser atribuída ao fato do exame macroscópico da superfície de corte transversal do SNC ter sido realizada após a fixação do encéfalo e da medula espinhal em formol por um período superior a quatro dias, o que resulta em alteração da cor do tecido e pode dificultar a visualização de eventuais lesões macroscópicas. Além disso, outro fator que pode ter contribuído para dificultar a visualização macroscópica da malacia nesses casos foi a ausência de hemorragia, já que lesões hemorrágicas, como as que são vistas em associação com outros tipos de encefalite em várias espécies animais, são mais facilmente perceptíveis ao exame macroscópico (Innes & Saunders 1962). Com relação à distribuição das lesões de cinomose no SNC, todas as regiões anatômicas examinadas do encéfalo (cerebelo, ponte, mesencéfalo, diencéfalo, hipocampo e lobos frontal, parietal, temporal, piriforme e occipital) e da medula espinhal (cervical cranial [C1-C5], cervicotorácica [C6-T2], toracolombar [T3-L3] e lombossacra [L4-S3]) apresentaram lesão, o que confirma o caráter multifocal da cinomose, um aspecto evidenciado desde os primeiros estudos histopatológicos acerca dessa doença (Perdrau & Pugh 1930, Hurst et al 1943, MacIntyre et al 1948, Innes 1949, Koprowski et al 1950, Trevan 1952, Ribelin 1953, Lauder et al 1954, Gillespie & Rickard 1956).…”