Violência por parceiro íntimo em abuso de álcool perpetrada contra mulheres no climatério

Abstract

Objetivo: identificar nos registros de ocorrência de uma Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM), as situações de violência perpetradas por parceiro íntimo em abuso de álcool contra mulheres no climatério. Método: pesquisa qualitativa descritiva, realizada na DEAM de um município do interior baiano. Para a coleta de dados, utilizou-se o sistema de notificação de ocorrências da DEAM e na análise dos dados foi empregada a análise de conteúdo. Resultados: a violência praticada por parceiro íntimo torna-se frequente com o uso abusivo de álcool, sob a forma de violência física, psicológica e sexual e na fase do climatério as agressões foram constantes. Considerações finais: ressalta-se a importância da discussão sobre violência contra as mulheres entre profissionais que atuam na atenção primária à saúde para identificar a violência, realizar atendimento integral e implementar estratégias de prevenção e redução da violência, visando à articulação com os serviços da rede de atenção.

Assistência de enfermagem primária a mulheres vítimas de violência perpetrada por parceiro íntimo

“…Observou-se, que durante a gestação a violência perpetrada por parceiro íntimo torna ainda mais alarmante o impacto causado na saúde mental das mulheres (Oliveira et., al 2021) assim como na fase seguinte ao parto, no puerpério que é a fase de pós parto ao climatério que é considerado "o fim da vida reprodutiva" das mulheres existe a violência perpetrada por parceiro íntimo (Pires et al, 2019). Os autores relatam também, a violência contra mulheres na fase de climatério, tendo forte influência dos aspectos sociais e culturais, e do abuso de álcool.…”

Atuação da Equipe Interdisciplinar Frente a Mulher Vítima de Violência Múltipla / Action of the Interdisciplinary Team in the Face of Women Victims of Multiple Violence

“…Já para Pires et al, (2019) as brigas conjugais, o controle e a dominação do homem sobre a mulher, envolve fatores como o ciúme, questões financeiras, infidelidade e abuso de álcool, contribuindo intimamente para a violência sofrida pela mulher; manifestando-se em agressão física, psicológica, ameaças, humilhações, indiferença, isolamento e desprezos. Um dos fatores mais citados no estudo é o abuso de álcool por parte dos parceiros, nesta categoria foi possível destacar que inúmeros relatos, após uso de bebida, tendem a ter um comportamento violento e com ameaças.…”

Anais Do I Congresso Nacional De Residências Em Saúde (Online)

“…A VDCM também pode ser dividida em três fases: a fase de tensão, que vai desde agressões verbais a agressões físicas leves e provocações; a segunda fase, que são as agressões físicas graves; e a última fase, em que o agressor se arrepende dos atos praticados, reiniciando o ciclo violento. Em todo o mundo a VD é um problema de saúde pública, no Brasil, não é diferente, e em decorrência disso foram instituídas algumas leis e portarias para o seu combate de forma efetiva e multidisciplinar, integrandos os órgãos de justiça, saúde, serviços sociais e segurança pública(NASCIMENTO et al, 2019;PIRES et al, 2019). Desta forma, vê-se que é importante que os profissionais de saúde, como os profissionais de enfermagem, que estão inseridos na equipe multiprofissional de estabelecimentos de saúde público ou privado, conheçam as bases legais de atendimento à mulher, incluindo as leis e portarias voltadas às mulheres vítimas de VD, para que consigam identificar, notificar e proporcionar um atendimento humanizado e integral, como por exemplo a lei de nº 12.845 de 2013, conhecida como Lei do Minuto Seguinte, que dispõe sobre o atendimento integral a vítimas de violência sexual, na qual hospitais devem oferecer atendimento integral e emergencial através do tratamento profilático da gravidez e de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)(BRASIL, 2013).…”