Violência contra crianças e adolescentes: conhecimentos dos odontopediatras da capital paraibana – estudo piloto

Abstract

Introdução: O Cirurgião-Dentista tem a obrigação ética e legal na identificação/notificação dos casos de maus-tratos. Objetivo: Objetivou-se com esse estudo analisar o conhecimento dos Odontopediatras da cidade de João Pessoa-PB sobre maus-tratos infantis. Tratou-se de um estudo quantitativo, exploratório, bibliográfico e descritivo. O universo dessa pesquisa compreendeu 44 Cirurgiões-Dentistas regularmente inscritos no Conselho Regional de Odontologia da Paraíba, com especialidade em Odontopediatria, em qualquer faixa etária de ambos os sexos. Para realização do calculo amostral foi considerado grau de confiança de 95%, ficando uma amostra de 40 Odontopediatras. Métodos: Aplicou-se um questionário com 11 questões que atendiam aos objetivos da pesquisa. Os dados coletados foram tabulados em uma plataforma do Microsoft Excel e analisados mediante estatística descritiva (valores de frequência absoluta e percentual) no software IBM SPSS (21.0). Resultados: A maioria dos profissionais é do sexo feminino (93,5%) e 48,39% têm mais que a 4a década de vida. 51,61% definiram maus-tratos infantis de forma incompleta, 51,6% classificaram de forma completa, conforme a Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência; os sinais/sintomas bucais mais citados foram fraturas dentárias (41,07%), queimaduras (21,43%), lacerações (14,29%) e hematomas (12,5%); já os sinais/sintomas corporais mais citados foram hematomas (35,6%), queimaduras (20,34%), fraturas (15,25%) e lacerações (10,17%). A maioria dos pesquisados relatou saber agir diante de casos de maus-tratos (93,5%), entre eles 76,92% denunciariam ao conselho tutelar e 54,8% demonstram interesse em capacitação. Conclusão: De forma geral, houve conhecimento parcialmente satisfatório dos Odontopediatras inscritos no CRO-PB sobre maus-tratos infantis.

Dentist’s Behavior Regarding Children and Adolescents Maltreatment

“…In these cases, it is much more difficult to diagnose, because the suspicion of abuse may be one of the reasons for the marital separation 1.21. Psychological abuse is related to any action or omission that causes damage to self-esteem, the identity or biopsychosocial development of the victim, changing the formation of his or her personality and his or her way of facing life. Attitudes of hostility, devaluation of the individual, continuous insults, intimidation, emotional abandonment, rejection, discrimination, excessive charges and humiliating punishments may result in the victim behavior indicative of abuse, such as isolation and passivity, agitation and crying, constant irritation and aggressiveness, insecurity and only 54.8% of respondents reported interest for training on the theme 24 .…”

“…Regarding the uncertainty in the diagnosis of maltreatment, Santos et al 24 indicate the need for the elaboration of a protocol for pattern that can guide the conduct of the surgeondentist in cases of child abuse. Many times, the professionals fear harm the patient and his or her family upon notifying a doubtful case.…”

Reconhecimento e conduta de cirurgiões-dentistas diante de maus-tratos em crianças e adolescentes

“…Omissões dos pais ou de outros responsáveis, inclusive institucionais, quando deixam de prover as necessidades básicas para o desenvolvimento físico, emocional e social das crianças e adolescentes. O abandono é considerado uma forma de negligência extrem 2,6,9,11,13,14 .…”

“…Abusos físicos. Atos violentos com uso da força física de forma intencional, não acidental, praticada por pais, responsáveis, familiares ou pessoas próximas da criança ou do adolescente, com o objetivo de ferir a vítima, deixando ou não marcas evidentes em seu corpo 2,6,11,13,14 . Lesões geradas por maus-tratos em crianças e adolescentes ocorrem frequentemente nas regiões da cabeça, face e pescoço, pois essas áreas são expostas e de fácil acesso 7-12 .…”

“…Apresenta-se sobre a forma de práticas eróticas e sexuais impostas pela violência física, ameaças ou indução da vontade, e pode variar desde atos em que não se produz o ato sexual (voyeurismo, exibicionismo, produção de fotos), até diferentes tipos de ações que incluem contato sexual com ou sem penetração. Engloba ainda a situação de exploração sexual visando lucros, como é o caso da prostituição e da pornografia 6,11,13,16,17 . A presença de doenças venéreas em crianças e adolescentes pode ser indicativa de abuso sexual 1 .…”