A proposta de se levar a sério a maneira como a corporalidade e os fluidos corporais são elementos significativos em determinados contextos ainda é relativamente recente na ciência antropológica. Este artigo é uma contribuição nesse sentido, na medida em que procuro descrever e analisar como funciona uma certa erótica da fragmentação corporal e dos fluidos corporais masculinos em um contexto de práticas sexuais exclusivas para homens. A partir de dados produzidos em duas pesquisas etnográficas sobre encontros de grupos para práticas sexuais grupais ou coletivas aponto como "produtos" corporais tais como secreções, fluidos e excreções são atravessados aqui por diversos fatores (principalmente o de gênero) e entram em uma determinada circulação de "economia libidinal". Atento também para como essa circulação atravessa e distende noções de risco, nojo, repulsa, desejo e excitação.