Valores Organizacionais, Valores do Trabalho e Atitudes Retaliatórias: um Estudo com Jovens Aprendizes em uma Empresa Pública

Abstract

ResumoVisando analisar como se configuram valores organizacionais, valores do trabalho e atitudes retaliatórias de jovens trabalhadores, realizou-se um estudo de caso em empresa pública.Dados de 508 questionários coletados em todo país foram analisados, pautando-se em estatística descritiva uni e bivariada. Quanto aos resultados da pesquisa, os valores "realização no trabalho" e "realização na organização" são os mais comungados pelos jovens aprendizes abordados, denotando certa congruência entre objetivos pessoais e organizacionais. Já o orgulho da organização não se reflete na mesma proporção em relação ao trabalho que efetivamente realizam, em face das diferenças encontradas entre "prestígio organizacional" e "prestígio no trabalho". A posição dos jovens com relação às atitudes retaliatórias foi previsível, tendo em vista sua aderência aos valores compartilhados, em ambos os níveis observados, e sua pouca experiência de trabalho e na vida, de modo geral.Os resultados dos testes de correlação surpreenderam devido a sua heterogeneidade quando do cruzamento dos temas.Palavras-chave: valores organizacionais, valores do trabalho, atitudes retaliatórias, jovens

Burnout and Retaliatory Attitudes: A Study with Young Brazilian Workers

“…That is, the younger workers feel anger and approve retaliatory attitudes towards injustices, so they tend to exhibit such behaviour. Such result converges with the correlations found by Rios, Leal and Dutra (2016) and Paiva et al (2017).…”

“…It can be assumed that the younger workers perceive and judge retaliation, so they tend to act consciously in the same way. Again, such results are corroborated by the findings of Paiva et al (2017) regarding the correlation between such dimensions.…”

“…Already young workers feel indignant at perceived injustices, they are not prone to retaliate and most do not observe retaliatory actions against injustices, and beyond that, they find it very unfair when retaliation occurs (Paiva, Fujihara, & Reis, 2017). This result is predictable due to the agreement of this group of individuals in relation to the values in the analysed levels, and because they are young people, a public that generally has little experience in the labour market and in life.…”

Influência do comprometimento organizacional na retaliação: estudo em uma organização pública

“…Nota-se que, comumente, as pesquisas relacionam o conceito de retaliação ao de justiça organizacional (Townsend et al, 2000;Mendonça & Tamayo, 2004, 2008Mendonça & Mendes, 2005;Grassi, Battistella & Pezzini, 2018;Rios, Leal & Dutra, 2016), mas também há pesquisas relacionadas ao estresse (Ferreira, Paiva, Santos & Dutra, 2018), assédio moral (Mendonça, Torres, & Zanini, 2008;Machado, Ipiranga, & Matos, 2013), assédio sexual (Morganson & Major, 2014), contrato psicológico (Cardoso, Silva, Souza, & Marques, 2017) e valores organizacionais e do trabalho (Paiva, Fujihara & Reis, 2017). No entanto é sabido que a ausência de justiça pode contribuir para atitudes que possibilitam comportamentos disfuncionais, como a retaliação (Grassi et al, 2018).…”

Valores pessoais, justiça organizacional e comportamento contraproducente: conexões, reflexões e agenda de pesquisa

“…Entre os 3 construtos em foco, o tema "valores pessoais" apresenta a agenda de pesquisa mais consolidada, abarcando estudos com trabalhadores de instituição pública de ensino (Campos et al, 2017), jovens aprendizes (Paiva et al, 2017), comparativo entre servidores públicos e colaboradores da iniciativa privada (Andrade & Costa, 2017), efeito dos valores na liderança (Fonseca et al, 2012;Sobral & Gimba, 2012), valores e mudança organizacional (Adler & Silva, 2013), entre outros. De forma complementar, foram localizados estudos sobre percepção de justiça organizacional e síndrome de burnout (Schuster et al, 2014), bem como satisfação no trabalho (Beuren et al, 2017) e em instituição pública (Rocha et al, 2016), com trabalhadores de call center (Zarife, 2016), gestores (Beuren et al, 2016), jovens trabalhadores (Franco & Paiva, 2018) e bancários (Gomes et al, 2020).…”