O século XX foi marcado pela ascensão do cientificismo nas esferas política, econômica e social. O Brasil havia acabado de se tornar República, e grupos disputavam a importante missão de construir uma nova identidade nacional. Munidos das novas produções mundiais, escritores como Monteiro Lobato estabeleceram contato com relevantes cientistas. Este artigo procura discutir questões relativas à figura do Jeca Tatu como peça fundamental no processo de criação de uma identidade nacional brasileira que faz saltar aos olhos uma cultura rural que se esmaecia com a fúria da ciência e do progresso almejado pelo novo regime político. Para tanto, tratamos das representações do caipira brasileiro feitas pelo autor, principalmente nas páginas de “Urupês” (1914) e “Problema vital” (1918). A análise das fontes revela que o escritor paulista se apropriou das discussões científicas em torno do homem e da natureza brasileira para construir seus projetos de identidade nacional.