Abstract:Segundo uma perspectiva que já faz parte do senso comum, vivemos uma época de fim das utopias. O colapso do chamado "socialismo real", emblematizado pela queda do muro de Berlim, há quinze anos, deu força à idéia de que não existe no horizonte nenhuma alternativa viável ao capitalismo. Em suas diferentes variedades, unido a alguma forma de democracia eleitoral, ele seria uma condição inextirpável do mundo moderno. A esquerda voltou suas atenções para propostas de aprimoramento do convívio político, sob rótulos… Show more
“…A conclusão é de que, dentro dessa dinâmica do capitalismo, se por um lado a abundância é necessária para o socialismo, por outro, nunca será satisfeita -além de que não é tão trivial que a pauperização acabe engendrando uma revolução. 15 Com efeito, se é justamente esse (14) No trabalho de Miguel (2006) é feita uma interessante resenha sobre o projeto de Gorz e diversas alternativas e utopias pós-socialistas.…”
Section: Determinismo E Transiçãounclassified
“…O erro vem desde a geração de economistas pós-Adam Smith que, com o conceito de divisão do trabalho e da ação pelo autointeresse que tenderia a levar o homem a um estado natural de troca, desviaram todo o interesse histórico da economia e marcaram as análises (ou a falta destas) sobre o homem primitivo, que (17) Aparentemente, as propostas de renda básica, como aquela defendida por Van Parijs (1994), romperiam a ideologia do trabalho ao permitir a escolha do indivíduo em não trabalhar -oferecendo uma renda básica para todos os cidadãos desde o nascimento. Contudo, tais projetos, embora tenham seu mérito, não rompem (aliás, são perfeitamente compatíveis) com a monetarização das relações sociais e não contribuem para a geração de uma nova solidariedade, a qual poderia superar o individualismo da sociedade capitalista, como mostra A. Gorz (Miguel, 2006). Assim, torna-se desapontador o fato de que a proposta de liberdade de Van Parjis ("a liberdade real de levar a própria vida da forma como se desejar") não difere da concepção utilitarista do homem (na máxima benthaniana, "cada indivíduo é o melhor juiz do seu próprio interesse"), desconsiderando a forma como desejos e vontades humanas são formados socialmente.…”
Section: Da Aceitação à Recusa Da Lei Do Valorunclassified
ResumoSegundo verifica-se nos trabalhos de K. Marx com vista a uma teoria da transição, o socialismo seria uma etapa intermediária para um sistema superior -o comunismo -tornado possível somente após o pleno desenvolvimento das forças produtivas, "missão histórica" do capitalismo. Essa tese se mostrou bastante controversa, posto que a história vem demonstrando que a expansão do capitalismo, nos últimos dois séculos, não foi limitada pelo avanço da técnica a ponto de iniciar um processo de transição fruto de uma intensa reação revolucionária. Neste contexto, a proposta do presente trabalho é discutir alguns aspectos do pensamento de Marx, a atualidade de sua teoria da transição e o processo de crise da reprodução das relações de produção capitalistas na modernidade. Ao final, são discutidas propostas mais recentes que sugerem formas de organização produtiva alternativas a partir das práticas de autogestão, com o título de economia solidária.
Palavras-chave:Capitalismo; Teoria marxista da transição; Economia solidária; Autogestão.
AbstractDeveloping the solidarity in the path to transition: an essay on the social Developing the solidarity in the path to transition: an essay on the social Developing the solidarity in the path to transition: an essay on the social Developing the solidarity in the path to transition: an essay on the socialism theory based on ism theory based on ism theory based on ism theory based on Marx Marx Marx Marx According to the main ideas that one may extract from Marx's works on a transition theory, the socialism would be an intermediate stage for a superior system -the communism -made possible only after the complete development of the productive forces, capitalism's "historical mission". This thesis represents one of Marx's biggest controversies and history has demonstrated that the reproduction and the expansion of the capitalism have not been limited by the advance of the technique -and that neither a transition process would emerge from a sudden revolutionary reaction. In this work, we put on discussion some aspects of Marx's thought, his transition theory and the current process of crisis of the reproduction of the capitalist relations of production. In the conclusions, a series of experiences of self-management with the heading of solidarity economics are discussed.
“…A conclusão é de que, dentro dessa dinâmica do capitalismo, se por um lado a abundância é necessária para o socialismo, por outro, nunca será satisfeita -além de que não é tão trivial que a pauperização acabe engendrando uma revolução. 15 Com efeito, se é justamente esse (14) No trabalho de Miguel (2006) é feita uma interessante resenha sobre o projeto de Gorz e diversas alternativas e utopias pós-socialistas.…”
Section: Determinismo E Transiçãounclassified
“…O erro vem desde a geração de economistas pós-Adam Smith que, com o conceito de divisão do trabalho e da ação pelo autointeresse que tenderia a levar o homem a um estado natural de troca, desviaram todo o interesse histórico da economia e marcaram as análises (ou a falta destas) sobre o homem primitivo, que (17) Aparentemente, as propostas de renda básica, como aquela defendida por Van Parijs (1994), romperiam a ideologia do trabalho ao permitir a escolha do indivíduo em não trabalhar -oferecendo uma renda básica para todos os cidadãos desde o nascimento. Contudo, tais projetos, embora tenham seu mérito, não rompem (aliás, são perfeitamente compatíveis) com a monetarização das relações sociais e não contribuem para a geração de uma nova solidariedade, a qual poderia superar o individualismo da sociedade capitalista, como mostra A. Gorz (Miguel, 2006). Assim, torna-se desapontador o fato de que a proposta de liberdade de Van Parjis ("a liberdade real de levar a própria vida da forma como se desejar") não difere da concepção utilitarista do homem (na máxima benthaniana, "cada indivíduo é o melhor juiz do seu próprio interesse"), desconsiderando a forma como desejos e vontades humanas são formados socialmente.…”
Section: Da Aceitação à Recusa Da Lei Do Valorunclassified
ResumoSegundo verifica-se nos trabalhos de K. Marx com vista a uma teoria da transição, o socialismo seria uma etapa intermediária para um sistema superior -o comunismo -tornado possível somente após o pleno desenvolvimento das forças produtivas, "missão histórica" do capitalismo. Essa tese se mostrou bastante controversa, posto que a história vem demonstrando que a expansão do capitalismo, nos últimos dois séculos, não foi limitada pelo avanço da técnica a ponto de iniciar um processo de transição fruto de uma intensa reação revolucionária. Neste contexto, a proposta do presente trabalho é discutir alguns aspectos do pensamento de Marx, a atualidade de sua teoria da transição e o processo de crise da reprodução das relações de produção capitalistas na modernidade. Ao final, são discutidas propostas mais recentes que sugerem formas de organização produtiva alternativas a partir das práticas de autogestão, com o título de economia solidária.
Palavras-chave:Capitalismo; Teoria marxista da transição; Economia solidária; Autogestão.
AbstractDeveloping the solidarity in the path to transition: an essay on the social Developing the solidarity in the path to transition: an essay on the social Developing the solidarity in the path to transition: an essay on the social Developing the solidarity in the path to transition: an essay on the socialism theory based on ism theory based on ism theory based on ism theory based on Marx Marx Marx Marx According to the main ideas that one may extract from Marx's works on a transition theory, the socialism would be an intermediate stage for a superior system -the communism -made possible only after the complete development of the productive forces, capitalism's "historical mission". This thesis represents one of Marx's biggest controversies and history has demonstrated that the reproduction and the expansion of the capitalism have not been limited by the advance of the technique -and that neither a transition process would emerge from a sudden revolutionary reaction. In this work, we put on discussion some aspects of Marx's thought, his transition theory and the current process of crisis of the reproduction of the capitalist relations of production. In the conclusions, a series of experiences of self-management with the heading of solidarity economics are discussed.
“…Sua inferioridade como forma de alocação de recursos é ressaltada com freqüência, com auxílio de uma literatura próxima, que assinala a irracionalidade inerente aos processos de decisão pelo voto(Riker, 1982). As decisões democráticas ferem o dogma da liberdade individual, pois são impostas a todos, mesmo aos que discordam delas, e tendem a ser irresponsáveis, na medida em que o voto é um recurso sem custos para quem o usa 39.…”
O trabalho tem como objetivo analisar a (in)constitucionalidade da Emenda Constitucional n° 95/2016, limitadora dos investimentos públicos da União por 20 (vinte) anos, fixando o teto de aumento das despesas primárias em percentual, conforme a variação dos índices inflacionários verificados no ano anterior. A pesquisa é eminentemente documental, tendo como referencial teórico a ideologia constitucionalmente adotada desenvolvida pelo Professor Washington Peluso Albino de Souza, introdutor do Direito Econômico no Brasil, assim como o seu método de investigação científica, ou seja, Analítico Substancial.
“…E-mail: nuno.cocas.machado@gmail.com DOI: http//dx.doi.org/10.17666/319107/2016 Apesar dessa heterogeneidade, excetuando alguns "especialistas" (Bowring, 2000;Little, [1996] 2013; Silva, 2002), a recepção da teoria gorziana tende a ser monolítica ou unidimensional. A literatura secundária ocupa-se, na maior parte dos casos, exclusivamente do pensamento tardio de Gorz, escamoteando pura e simplesmente as obras anteriores a Adeus ao proletariado (Abramovay, 2009;Borot, 2001;Camargo, 2010;Cardoso, 2011;Freitas, 2008;Gomes, 2005;Lane, 2011;Langer, 2003;Mello, 2007;Miguel, 2006;Sobel, 2010Sobel, , 2011). 2 Com a exceção de Josué Pereira da Silva (2002) e de Finn Bowring (2000), os autores que abordam a obra gorziana da década de 1960 centram a atenção unicamente em Estratégia operária e neocapitalismo (Rodrigues, 2009), não apresentam qualquer análise comparativa desses escritos com o restante edifício teórico de Gorz (Queiroz, 1999) ou destacam -a meu ver erradamente -uma suposta continuidade entre a obra gorziana na sua totalidade (Gollain, 2000;Granter, 2009; Lodziak e Tatman, 1997).…”
André Gorz é conhecido sobretudo como um dos principais intervenientes no debate sociológico contemporâneo acerca da crise da sociedade do trabalho. Em Adeus ao proletariado, publicado em 1980, o autor critica ferozmente o marxismo tradicional e a sua “religião do proletariado”. Todavia, a vasta obra que Gorz publicou nas décadas anteriores não tem merecido a devida atenção. O intuito deste artigo é analisar detalhadamente o pensamento gorziano da década de 1960 e demonstrar que, nesses textos, Gorz defende, em muitos aspectos, teses diametralmente opostas àquelas sustentadas a partir de Adeus ao proletariado.
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