Uso De Psicofármacos Entre Idosos Usuários Do Sistema Único De Saúde E Do Plano De Saúde Suplementar

Abstract

Objetivo: Comparar o uso de psicofármacos entre idosos que utilizam o Sistema Único de Saúde (SUS) e aqueles que utilizam o Plano de Saúde Suplementar (PSS). Método: Estudo quantitativo e retrospectivo realizado a partir de dois bancos de dados sendo: 239 idosos usuários do PSS e 114 usuários da Estratégia Saúde da Família (ESF). As análises estatísticas foram realizadas por meio do software Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 17.0 para Windows. As análises inferenciais foram realizadas por meio do teste de qui-quadrado de Pearson e a extensão do teste exato de Fisher. Resultados: Entre os usuários do SUS, 53% têm de 60 a 69 anos e 13% mais de 80 anos; entre os usuários do PSS, 37% têm de 60 a 69 anos e 24% mais de 80 anos. Entre os usuários do SUS há maior prevalência de pele negra ou parda, baixa escolaridade e classe socioeconômica mais baixa. Encontrou-se que 68% dos usuários do SUS e 60% daqueles que utilizam o PSS não fazem uso de psicofármacos. Os psicofármacos mais prescritos são os antidepressivos. A amitriptilina, fluoxetina, diazepam, clonazepam e alprazolam, que são fármacos contidos em medicamentos de menor custo, porém, considerados potencialmente inapropriados para idosos, foram prescritos principalmente aos usuários do SUS. Conclusão: Os usuários do SUS e do PSS apresentam características sociodemográficas diferenciadas. Os usuários do SUS utilizam maior quantidade de medicamentos potencialmente inapropriados, enquanto aos usuários do plano de saúde são prescritos medicamentos tecnologicamente mais avançados e com menor possibilidade de desencadear efeitos indesejáveis.

Uso de psicotrópicos por pessoas idosas com hipertensão: prevalência e fatores associados

“…Estudo realizado com idosos que utilizam psicofármacos prescritos por profissionais do SUS e por profissionais de plano de saúde suplementar (PSS), verificou que os mais utilizados pelas pessoas idosas usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS) são aqueles de menor custo e que na maioria das vezes causam mais efeitos colaterais, enquanto os prescritos no PSS são medicamentos com menor risco de efeitos indesejáveis. Apesar de não existirem diferenças significativas entre a quantidade de psicofármacos utilizada pelos usuários de ambos os sistemas, há a sinalização da falta de acesso dos usuários do SUS aos medicamentos mais modernos e que proporcionem menos efeitos adversos 23 .…”

“…Nessa perspectiva, os profissionais da APS tem como objetivos realizar ações de prevenção, promoção e educação em saúde, incluindo ações direcionadas aos usuários que fazem uso de medicamentos psicotrópicos. Atividades de orientação em saúde devem ser priorizadas, principalmente em relação aos possíveis efeitos adversos que podem ocorrer no uso conjunto de psicofármacos com outras classes medicamentosas, enfatizando a prevenção dos abusos e a promoção do uso racional 13,23 .…”

Uso prolongado de psicofármacos entre idosos na atenção básica: análise dos riscos e acompanhamento profissional em uma Rede de Atenção Psicossocial de Ananindeua-PA / Long-term use of psychotropic drugs among elderly people in Primary Care: risk analysis and professional monitoring in a Psychosocial Care Network in Ananindeua-PA

“…Quando observados aspectos sobre o uso de psicofármacos tem-se que as classes com maior número de medicamentos prescritos foram as dos antidepressivos (44%, n = 75), antipsicóticos (21,3%, n = 37) e ansiolíticos (18,2 %, n = 31). Quando analisados os fármacos mais utilizados em cada classe tem-se na primeira a Amitriptilina (24%, n = Esse resultado se assemelha ao observado no estudo de Almeida et al (2019) realizado com pacientes idosos do município de Marilia-SP o qual evidenciou que, entre pacientes idosos usuários do sistema público de saúde, em psicofarmacoterapia observouse maior frequência no uso de antidepressivos (57,1%) seguidos de ansiolíticos (26,8%) e antipsicóticos (12,5%). Outro estudo realizado entre idosos residentes em comunidade da cidade de São Paulo apontou uma prevalência de uso de 7,2% de antidepressivo, 6,1% de benzodiazepínicos (ansiolíticos) e 1,8% antipsicóticos.…”

Equipes de Saúde da Família e Equipes de Atenção Primária: avaliação do cuidado segundo a ótica da pessoa idosa

“…Assim, o vínculo emergiu como fator importante na relação de confiança entre serviço de saúde e o idoso, achado ratificado por outros estudos. 25,31,32,33 A vinculação e responsabilização da equipe são aspectos relevantes para o reconhecimento da APS como principal ponto de acesso à rede de atenção. 33 Quando isso não ocorre, a APS não assume o papel de coordenadora do cuidado, o que dificulta a formação do vínculo, influenciado, também, pela qualidade das relações estabelecidas entre profissionais e população.…”

“…25,31,32,33 A vinculação e responsabilização da equipe são aspectos relevantes para o reconhecimento da APS como principal ponto de acesso à rede de atenção. 33 Quando isso não ocorre, a APS não assume o papel de coordenadora do cuidado, o que dificulta a formação do vínculo, influenciado, também, pela qualidade das relações estabelecidas entre profissionais e população. 31 A longitudinalidade e o vínculo da população ocorrem, mais comumente, nas equipes em que os profissionais são estáveis ou atuam há mais de três anos, posto que o tempo necessário para desenvolvimento das relações interpessoais contribui favoravelmente nesse processo.…”