Urbanismo africano: 6000 anos construindo cidades (uma introdução ao tema)

Abstract

: O desenvolvimento do referencial conceitual da disciplina de “Urbanismo africano: 6000 anos construindo cidade” foi desenvolvido em pesquisas nos últimos 10 anos e a disciplina foi oferecida em alguns programas de pós-graduação nas áreas de ensino de Engenharia e Sociedade do NIDES-UFRJ e da arquitetura e urbanismo da UFBA. O artigo é sobre o desenvolvimento referencial conceitual do urbanismo com base na perspectiva da historia e cultura africana e do Pan-africanismo. Trata de uma abordagem considerada por nós original no campo do ensino de urbanismo, de caráter transdisciplinar, para as áreas de engenharia e sociedade, geografia urbana e arquitetura e urbanismo. O ensino da relação entre engenharia e sociedade é um campo relativamente novo abrange as relações sociais, compreendendo as relações etno-raciais, as culturas e as tecnologias. O urbanismo e a arquitetura são campos do conhecimento na interface sociedade e tecnologias construtivas, sendo que ao longo do século passado produziram uma visão eurocêntrica e um pensamento racista sobre o continente africano. A perspectiva do ensino do urbanismo com base na historia e cultura africana constitui uma inovação em ensino, faz parte do combate teórico-conceitual ao eurocentrismo. Neste artigo apresentamos o desenvolvimento das bases conceituais dessa disciplina.

Brincadeiras e jogos de matrizes indígena e africana nas aulas de educação física com o sexto ano do ensino fundamental da Escola Estadual Abya Yala

“…Segundo Cunha Júnior (2020a), apesar de a cultura negra reverberar em todos os campos da cultura brasileira, bem como em todas as classes sociais, dado que, tanto a nossa formação histórica como cultural se constituem, em grande proporção, pela cultura de base africana transformada pelas relações sociais brasileiras, ainda há rejeição explícita aos temas da história e da cultura africana e afrodescendente (e também indígena) nos currículos das instituições de ensino, públicas e privadas (Cunha Júnior, 2020b).…”

“…Na contramão dessa resistência e rejeição apontadas por Gomes (2011), Cunha Júnior (2020a2020b) e Bins e Molina Neto (2018), e partilhando da compreensão de Climaco et al (2018) sobre o desafio de pensar a Educação Física enquanto uma disciplina que possa criar possibilidades que revertam um ordenamento que por muito tempo se fundamentou (e ainda segue se fundamentando) em pilares da eugenia e do positivismo, alicerçando um discurso pedagógico que fortalece (e se fortalece em) um modelo eurocentrado e que não (se) articula (com) o conhecimento de outros territórios da humanidade, a exemplo dos povos africanos e indígenas, este estudo tem o objetivo de compartilhar, refletir e analisar a experiência com e sobre as brincadeiras e os jogos tradicionais -de matrizes indígena e africana -que foram realizados durante uma pesquisa-ação participante com o sexto ano do ensino fundamental de uma escola da rede Pública em Porto Alegre/RS no ano letivo de 2023. Para a produção de informações deste estudo foram utilizadas as Notas de Campo da primeira autora, professora da turma envolvida na pesquisa-ação participante, e os materiais produzidos pelos(as) estudantes nas aulas de Educação Física.…”