“…Isso é flagrante na forma com que é descrita a folha (ou erva) de fogo, que o olhar treinado do cirurgião era capaz de localizar pelos "campos" e "matos pequenos" do espaço em que curava e que tão bem conhecia. Desse modo, distingue seu conhecimento e terapias em relação aos outros homens de ciência e agentes de cura e, talvez por isso, merecedor de valorização e visibilidade: Esta planta é pouco conhecida do vulgo, e mesmo dos professores de medicina, mas eu posso atestar pela experiência, que me tem dado o seu uso, que não só é um excelente detersivo de qualquer chaga sortida, mas que não tenho visto em toda farmácia remédio de mais eficaz e presentânea [sic] virtude [...] (Sampaio, 1969, p. 22-23) 12. Contudo, não se deve perder de vista que tal conotação da experiência como "prática de ofício", com significativa ênfase retórica no conhecimento direto e pragmático, é recorrente nos diferentes gêneros da litera-tura médica, especialmente, no curso da segunda metade do século XVIII (Abreu, 2013;Nogueira, 2012;Porter, 1999, p. 380 ss. ;Pickstone, 2001).…”