“…Dada a sua complexidade, o processo de adaptação ao ensino superior deve ser encarado numa perspetiva desenvolvimentista, particularmente para o caso dos estudantes tradicionais, uma vez que estes jovens se encontram numa fase de transição entre a adolescência e a idade adulta. O processo de adaptação ao ensino superior requer a ativação de competências adaptativas a um novo contexto, a mobilização de recursos pessoais e contextuais para o enfrentamento dos desafios emocionais, académicos, sociais e institucionais, assim como o desenvolvimento de novas estruturas de funcionamento pessoal e interpessoal (Chickering & Reisser, 1993;Freitas, Raposo, & Almeida, 2007;Margolis, 1981;Mattanah et al, 2004;Monteiro, 2008;Pinheiro, 2003;Seco, Casimiro, Pereira, Dias, & Custódio, 2005;Soares et al, 2001;Tinto, 1993;Vieira & Grantham, 2011). A este respeito, Chickering e Reisser (1993) propõem uma teoria baseada numa perspetiva desenvolvimentista e psicossocial segundo a qual o jovem adulto estudante do ensino superior deve desenvolver -se a partir de uma estrutura de sete vetores: desenvolver um sentido de competência intelectual, física e manual, e interpessoal; desenvolver e integrar as emoções, ou seja, aprender a controlar, reconhecer e canalizar as emoções de forma equilibrada; desenvolver autonomia em direção à independência emocional, instrumental e interdependência; desenvolver relações interpessoais saudáveis, respeitando as diferenças individuais; desenvolver a identidade, estando confortável com a aparência, sexo e orientação sexual; desen-volver um sentido de vida, descobrindo os interesses que o mobilizam; e, por último, desenvolver a integridade, optando por valores que resultam de escolhas pessoais.…”