RESUMOObjetivo: identifi car a aplicabilidade clínica da triagem auditiva neonatal na rotina dos médicos pediatras neonatologistas no município de Maceió-AL. Métodos: foi realizado um estudo transversal analítico com 36 médicos pediatras neonatologistas por meio da aplicação de um questionário com seis perguntas objetivas. Resultados: observou-se que 88,9% dos pediatras neonatologistas conhecem a triagem auditiva neonatal, no entanto, 11,1% desconhecem. No serviço particular de saúde, 66,1% encaminham todos os recém-nascidos para a triagem em sua rotina. No serviço público, apenas 7,4% encaminham todos os recém-nascidos e 42,8% não encaminham. Em relação à Lei Municipal nº 5.555/06, que obriga a realização da triagem auditiva neonatal universal nas maternidades e estabelecimentos hospitalares congêneres no município de Maceió, 41,7% dos médicos declararam não conhecer. Apenas 36,1% afi rmaram conhecer o trabalho fonoaudiológico na prevenção da surdez. Conclusão: neste estudo, pode-se concluir que a triagem auditiva neonatal está inserida na rotina clí-nica da maioria dos médicos pediatras neonatologistas que trabalham na rede particular de saúde. No entanto, observa-se carência de recursos para a implantação e continuidade do programa no serviço público e pouco conhecimento do papel do fonoaudiólogo na prevenção da surdez.
DESCRITORES:
INTRODUÇÃOA audição desempenha um papel importante no desenvolvimento global da criança, especialmente em relação à aquisição da linguagem 1 . Devido à grande plasticidade neuronal existente, o diagnóstico da defi ciência auditiva (DA) é extremante importante nos primeiros seis meses de vida, pois este período é considerado como crítico e ideal ■ para a estimulação e desenvolvimento das habilidades auditivas e de linguagem [2][3][4] . Repercussões emocionais, educacionais e sociais podem ocorrer quando não detectada a DA e não iniciada a intervenção adequada nesse período [5][6][7][8] . A identifi cação tardia irá repercutir drasticamente na capacidade de comunicação das crianças, pois as impossibilitará de receber o tratamento adequado em período oportuno 9 . A incidência de DA é alta (30:10.000 nascimentos) dentre as doenças passíveis de triagem ao nascimento, sendo 100 vezes mais prevalente do que a fenilcetonúria e dez vezes mais que o hipotireoidismo, rotineiramente triados nos berçários 1,5,10 . O termo triagem refere-se ao processo de aplicar a um grande número de indivíduos determinadas medidas rápidas e simples que identifi carão alta probabilidade de doença na função testada. A triagem não é um procedimento de diagnóstico, mas sim uma forma de identifi car, entre indivíduos assintomáticos, aqueles que são suspeitos de possuírem doença e que requerem procedimentos de diagnósticos mais elaborados 11 .