Uma comparação entre incisões oblíquas e verticais na coleta do tendão dos isquiotibiais na reconstrução do LCA e na lesão do ramo infrapatelar do nervo safeno

Abstract

Resumo Objetivo O presente estudo teve como objetivo comparar as incisões oblíquas e verticais na coleta dos tendões dos isquiotibiais na reconstrução do ligamento cruzado anterior (LCA) e na lesão do ramo infrapatelar do nervo safeno. Métodos O presente estudo foi realizado em um centro de referência terciário por 12 meses. Pacientes com indicação de reconstrução de uma ruptura do LCA foram incluídos no estudo, os quais foram randomizados em dois grupos (vertical [GV] e oblíquo [GO]). Após a exclusão de alguns casos, 92 pacientes foram elegíveis para análise posterior (GV: n= 44; GO: n = 48). Eles foram acompanhados por 9 meses após a cirurgia, e a perda de sensibilidade sobre o joelho e sobre o aspecto proximal da perna operada foi registrado. Resultados Os comprimentos médios da incisão foram de 27 mm e 38 mm para os grupos GO e GV, respectivamente. A taxa total de hipoestesia foi de 40% (27 pacientes). Um total de 12 (25%) e de 25 pacientes (56,8%) dos grupos GO e GV, respectivamente, relataram sintomas de hipoestesia. A presença de hipoestesia em pacientes no grupo GV foi duas vezes maior do que no grupo GO. Não foi observada correlação estatística entre a lesão do nervo e idade, gênero, escolaridade e demora entre a lesão e a reconstrução. Conclusão A incisão oblíqua, que apresentou menor risco de lesão nervosa, pode ser mais recomendada para a coleta do enxerto. Pacientes submetidos à reconstrução do LCA no grupo GO tiveram menor incidência de hipoestesia peri-incisional quando comparados aos pacientes do grupo GV.

Comparação Entre Dois Acessos Cirúrgicos Para a Retirada De Autógenos Na Reconstrução Do Lca

“…O presente estudo revisional elenca a problemática da disestesia no pós-operatório de uma cirurgia muito realizada no mundo, a reconstrução do LCA, que causa perda de sensibilidade na face anterior do joelho e traz, aderida à lesão de um segmento nervoso do paciente, a queda da satisfação desse com o resultado final do procedimento. Com base nesse pensamento, alguns autores indicam que seja avisado ao paciente sobre os risos de disestesia, como Keyhani (2020), demonstrando que tal agravo pode ser de mau aceitação do paciente, de forma a justificar a diminuição da satisfação do mesmo com a cirurgia. Tal trabalho também destaca que 93,3% das lesões do LCA foram causadas por acidentes esportivos, revelando a importância desse tema para a medicina do esporte, que necessita estar atenta aos agravos sensitivos advindos da cirurgia reconstrutiva os quais podem influenciar no desempenho dos atletas.…”

“…Nesse sentido, quando é optado por um autoenxerto ipsilateral à lesão, a escolha pela retirada do tendão dos flexores (grácil e semitendíneo) é a de preferência na traumatologia e na ortopedia dentre outras opções como o terço central do tendão patelas e o do quadríceps, por exemplo, pois necessita de pequena incisão e tem baixa morbidade pós-cirúrgica (BERTRAM, 2000). A retirada dos enxertos autólogos é feita mediante, sobretudo, uma incisão vertical abaixo 2 cm e medial 1 cm da Tuberosidade Anterior da Tíbia (TAT), (KEYHANI, 2020). Tal procedimento cirúrgico é objeto de estudo constante dos profissionais da área graças aos relatos de disestesia peri-incisional e dor local na reabilitação do paciente, haja vista a lesão do ramo infrapatelar do nervo safeno (RIPNS), o qual trafega por essa região anatômica.…”

The Hamstrings: Anatomic and Physiologic Variations and Their Potential Relationships With Injury Risk

“…Knee surgeries often harvest hamstrings tendons, potentially increasing the risk for future hamstrings injuries. When harvesting hamstrings tendons for surgical purpose, such as patellar tendon ( Friedman et al, 2020 ) or ACL reconstruction ( Keyhani et al, 2020 ), iatrogenic nerve injuries can occur ( Colombet and Graveleau, 2016 ; Ruffilli et al, 2017 ). For example, the common fibular nerve emerges posterior to the BF distal tendon, to which it adheres ( Standring, 2015 ); collecting part of the BF tendon for knee surgeries presents considerable risks.…”

“…For example, the common fibular nerve emerges posterior to the BF distal tendon, to which it adheres ( Standring, 2015 ); collecting part of the BF tendon for knee surgeries presents considerable risks. Consequently, the ST has been a common choice (comparable to gracilis in terms of effects) for transfer in surgical treatments ( Yasin et al, 2010 ; Colombet and Graveleau, 2016 ), including those for the ACL ( Horteur et al, 2020 ; Keyhani et al, 2020 ), medial collateral ligament ( Cao et al, 2016 ) and patellar tendon ( Jain et al, 2014 ; Friedman et al, 2020 ).…”