Um Olhar à Luz da Bioética Principialista no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência

Abstract

Objetivo: Refletir acerca da aplicabilidade dos princípios da Bioética Principialista no trabalho do enfermeiro que atua no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Metodologia: Trata-se um estudo reflexivo teórico-conceitual baseado na Bioética Principialista e na Declaração sobre Ética dos Serviços Médicos de Urgência, relacionando-os com as condutas do enfermeiro no serviço. Resultados: Elencaram-se seis tópicos para discussão e, com isso, identificaram-se os Princípios Bioéticos que embasam o atendimento às vítimas. Além disso, buscou-se como tais padrões de condutas norteiam o atendimento aos usuários em relação às intervenções do enfermeiro, impactando diretamente na qualidade assistencial. Conclusão: O desenvolvimento do processo de trabalho do enfermeiro regulado na Bioética Principialista distingue o quanto é importante o desenvolvimento de virtudes associadas às competências e habilidades técnicas. O compromisso e a responsabilidade Bioética não devem ser negligenciadas no atendimento dos serviços de saúde em especial aos da urgência, como no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência.

Fundamentos Para Resolução De Problemas Morais E/Ou Éticos Nos Comitês De Ética Em Pesquisa

“…Ilustrativamente, estes membros poderão orientar-se na solução dos dilemas éticos, ao utilizarem a bioética principialista, isto é, os princípios da autonomia, beneficência, não-maleficência e justiça. (32) Além disso, os princípios da bioética são diretrizes para condução de tomadas de decisões em questões de ética na área médica e nas demais áreas do conhecimento. Essa aplicabilidade em diferentes contextos possibilita que os princípios bioéticos sejam vistos como proposta de aplicação universal.…”

Ações do enfermeiro no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência: Revisão integrativa

“…Neste sentido, o COFEN editou no ano de 2020 a Resolução 655/2020 que trata detalhadamente do escopo de atuação dos profissionais de enfermagem no APH. A mesma resolução, normatiza a atuação do enfermeiro na CRU elencando suas atribuições, nos protocolos assistenciais em vigência, resguardando a lei do exercício profissional (COFEN, 2020;O'Dwyer et al, 2017;Silva Filho et al, 2019;Tavares et al, 2017).…”

“…As medidas normatizadas atuais demonstram a contribuição do enfermeiro em todos os segmentos em que está inserido dentro do APH. Entretanto, a ampliação das funções, sem o redimensionamento adequado de recursos humanos, tem sido apontada em estudos como um acúmulo de funções que sobrecarregam os enfermeiros e impactam em suas condições de saúde física e mental, bem como, podem gerar danos na assistência ao paciente (COFEN, 2020;O'Dwyer et al, 2017;Silva Filho et al, 2019;Tavares et al, 2017).…”

“…Desta forma, as múltiplas ações exercidas pelo enfermeiro no SAMU exigem desse profissional uma formação específica, com conhecimento e habilidades que proporcionam uma prática assistencial com maior autonomia, liderança e liberdade na tomada de decisões. Ademais faz-se necessário o constante aprimoramento das competências e habilidades destes profissionais, visto que essas ações impactam na resolutividade do serviço e na satisfação dos demais integrantes da equipe e, especialmente, do usuário/vítima, familiares e população (COFEN, 2020;O'Dwyer et al, 2017;Silva Filho et al, 2019;Tavares et al, 2017).…”

“…O mesmo é capaz de exercer práticas assistenciais, investigativas, educativas e gerenciais em seu âmbito de trabalho, garantindo um cuidado ao usuário de maneira efetiva e eficaz. Corroborando esta ideia, diferentes autores apontam que, os enfermeiros nas ações assistenciais prestadas ao usuário, incluem atividades investigativas em relação ao estado da vítima, agregando ações gerenciais que envolvem liderança, tomada de decisão, bem como orientações educativas direcionadas não somente à vítima, se consciente, como aos familiares e demais pessoas que se encontram presentes no local da ocorrência (COFEN, 2020;Silva Filho et al, 2019;Siqueira et al, 2018;Tavares et al, 2017).…”