Resumo:As considerações deste artigo problematizam as perspectivas educacionais para a infância, tomando o Candomblé como fonte de aprendizagem. Se a ideia iluminista de "formação humana" continua sendo importante para a educação da criança, então propomos neste artigo ampliar o significado de "formação" para o envolvimento da espiritualidade na materialidade infantil. Com isso, há uma breve retomada das filosofias de Descartes e Rousseau para ilustrar a concepção ocidental e em seguida discutimos, no contexto de diáspora africana, noções de aprendizagem e educação para a infância no Candomblé. Tal proposta consiste na decolonização, caracterizada pelo envolvimento, acolhimento e africanidade. Uma decolonização que problematiza a noção de idade a partir da dinamicidade entre o tempo iniciático e o físico. Portanto, defendemos a ideia de "formação" pela aprendizagem contínua entre o adulto e a criança, o físico e o espiritual. Palavras-chave: Candomblé. Decolonização. Educação para a infância.
Abstract:The considerations in this article problematize the educational perspectives for childhood, taking Candomblé as a source of learning. If the Enlightenment idea of "human formation" continues to be important for the education of the child, then we propose in this article to extend the meaning of "formation" for the involvement of spirituality in the child materiality. With this, there is a brief resumption of the philosophies of Descartes and Rousseau to illustrate the Western conception and next we discuss, in the context of the African diaspora, notions of learning and education for childhood in Candomblé. Such a proposal consists of decolonization, characterized by involvement, acceptance and Africanness. A decolonization that problematizes the notion of age from the dynamicity between initiatory and physical time. Therefore, we defend the idea of "formation" by the continuous learning between the adult and the child, the physical and the spiritual.