Tuberculose em trabalhadores de enfermagem: uma abordagem epidemiológica de base populacional

Abstract

INTRODUÇÃO: O risco de tuberculose em trabalhadores de saúde tem suscitado crescente interesse na sociedade e entre pesquisadores dos países desenvolvidos. No Brasil, porém, persistem lacunas de conhecimento e de ação prática sobre os aspectos epidemiológicos do problema. Este deve ser investigado em detalhe, para que melhor se embasem e apliquem as normas e regulamentos sanitários e de segurança, como é o caso da NR-32. MÉTODOS: Com base em dados do EPI-TB (banco de dados do Programa de Controle de Tuberculose de São Paulo), os autores constroem estimativas de risco para o coletivo de enfermagem, para 2004, usando a razão de incidências padronizada e tendo a população paulistana como referência. Descrevem o tipo de estabelecimento empregador com base em dados do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo - Coren-SP. RESULTADOS: Aproximadamente 90% dos casos registrados pelo instrumento de notificação do EPI-TB tiveram sua ocupação confirmada no Coren-SP. A faixa de 20 a 29 anos apresentou um risco maior de tuberculose-doença entre enfermeiros que o da população de referência. Entre auxiliares de enfermagem, observou-se risco aumentado na faixa de 15 a 19 anos. CONCLUSÕES: O coletivo de enfermagem pode ser tomado como categoria-índice da tuberculose nosocomial e o monitoramento desta considerado exeqüível desde que sejam introduzidas modificações no instrumento de notificação. São abordadas possíveis implicações de ações articuladas entre diferentes atores institucionais na prevenção e controle do agravo, discutindo-se a necessidade de superação de práticas anacrônicas de Vigilância em Saúde.

Investigação Da Tuberculose Latente Em Trabalhadores De Um Hospital Penitenciário: Implicações Para Saúde Do Trabalhador

“…As prevalências foram bem similares às encontradas em outro estudo no qual obteve positividade de 24% para os mesmos pontos de corte (9) .…”

“…O índice positivo revelou que 13.,8% compreendem entre 31 e 40 anos -o que reporta à faixa de idade da população trabalhadora Em estudo no qual os autores avaliaram trabalhadores da saúde que realizavam atendimento direto e indireto ao paciente, foi observada uma prevalência de 27,1% de infecção pelo bacilo da tuberculose, sendo que o risco de adquirir a infecção foi associado a determinadas funções no trabalho. Os técnicos de laboratório apresentaram uma taxa de positividade de 50%, os clínicos da divisão de tuberculose, de 34%, os enfermeiros, de 30%, e a equipe administrativa, de 15% (9) .…”

Nursing Approach to the Control of Tuberculosis: Scientific Publications (2002-2011)

“…Thus, discussions about the occupational risk of developing active TB is a frequent concern, raising questions about time of exposure and contact with TB patients, tuberculin skin testing among nursing students (Moreira et al, 2007), as well as the use of safety equipment (Lorenzi and Oliveira, 2008). Additionally, a study conducted in Brazil in 2008 (Lorenzi and Oliveira 2008) outlined some indicators concluding that the risk of developing active TB is higher among nurses, because they are in longer contact with patients.…”

A prevalência e a incidência de tuberculose ocupacional em serviços de saúde: uma revisão sistemática da literatura

“…10,22 As evidências demonstram que a contaminação pode estar associada com o atraso da instituição em iniciar precauções específicas dos pacientes com suspeita ou confirmação de tuberculose pulmonar e também com práticas assistenciais realizadas de forma inadequada, ventilação imprópria do local, falha na manutenção do sistema de ventilação e falta de proteção respiratória para os profissionais. 20,21,22,23,24 O desconhecimento sobre a doença, sua repercussão e a sensação de estar protegido ou de que os profissionais são imunes à doença e uma baixa percepção do auto risco são fatores que levam os PAS a não valorizar e a não adotar ações de precaução para a transmissão da doença, apesar do risco aumentado de transmissão em áreas com alta prevalência. 22,24,25 Os estabelecimentos de saúde devem ser espaços seguros para o coletivo dos PAS e não apenas locais de cuidados diagnósticos e terapêuticos dirigidos a indivíduos doentes.…”

“…22,24,25 Os estabelecimentos de saúde devem ser espaços seguros para o coletivo dos PAS e não apenas locais de cuidados diagnósticos e terapêuticos dirigidos a indivíduos doentes. 21,22 Quanto aos profissionais de saúde, é importante que os casos de tuberculose ocupacional latente na instituição sejam conhecidos e medidas preventivas sejam adotadas. Este se torna também um problema onde os índices reais são desconhecidos e não se sabe até que ponto as ações e/ou programas governamentais têm adesão, pois apesar de ser um problema real e comum nos serviços de saúde, não há dados efetivos acerca deste tema.…”