Tuberculose e suas repercussões oftalmológicas: uma revisão de literatura

Abstract

A tuberculose é uma doença infecciosa com acometimento multissistêmico de grande impacto na saúde pública global, devido ao seu alto índice de morbimortalidade. Os pulmões são os principais sítios de comprometimento e, raramente, os olhos. Nos casos de tuberculose ocular, a uveíte é a manifestação predominante, porém, de difícil diagnóstico devido ao amplo espectro de afecções que cursam com manifestações oculares. O diagnóstico de tuberculose ocular baseia-se em achados clínicos, teste cutâneo tuberculínico positivo com o endurecimento superior a 10 mm, além de exclusão laboratorial de outras afecções que desenvolvam uveíte. O tratamento pode ser realizado com drogas antituberculosas e, em alguns casos, associado com corticosteróides, porém para o tratamento adequado é imprescindível o diagnóstico precoce, o qual está intimamente ligado com um bom prognóstico e aumento da sobrevida do paciente.

Vasculite por tuberculose ocular associada a eritema nodoso e à doença de Poncet

“…(3,4) A forma extrapulmonar representa 20% dos casos da doença. (4,6,8) O diagnóstico é frequentemente presuntivo, por geralmente se tratar de uma forma paucibacilar. (6) A tuberculose cutânea está entre as formas menos comuns e se divide em formas multibacilares, paucibacilares e reativas.…”

“…(1,2) A uveíte posterior é considerada a manifestação mais comum da forma ocular, seguido de neurorretinite posterior e vasculite retiniana posterior. (8) O diagnóstico ocular é frequentemente presuntivo, pela ausência de evidência definitiva (microscopia, cultura ou PCR), (7) sendo baseado nos achados clínicos de doença sistêmica, na resposta clínica à terapia, ou em evidências de infecção com teste PPD ou interferon-gama (IGRA). (1,15) As manifestações extraoculares estão geralmente associadas a infecção secundária após infecção pulmonar.…”

“…A tuberculose de retina é pouco frequente, mas se apresenta geralmente como uma vasculite ou perivasculite dos vasos da retina, manifestando infiltrados brancos ao redor desses vasos. (8) Para dificultar o diagnóstico, incluem-se os fatos de que a minoria dos casos com acometimento ocular tem tuberculose sistêmica ativa evidente (7,15) e de que menos da metade tem evidência de infecção pulmonar atual ou prévia em uma estimativa. (15) A fisiopatologia da tuberculose ocular ainda é controversa, e a inflamação posterior pode representar inflamação reativa, infecção ativa ou uma combinação das duas.…”