Trichoderma no Brasil: o fungo e o bioagente

Trichoderma: suas interações e uma abordagem metodológica aplicada ao estudo de compostos orgânicos voláteis para o mofo-branco e promoção de crescimento de plantas

“…De acordo com Mycobank (2021), Trichoderma Persoon (1794) pertence ao Reino Fungi; Filo Ascomycota; Ordem Hypocreales; Família Hypocreaceae; Gênero: Hypocrea (Teleomorfo) e Trichoderma (Anamorfo). O gênero compreende um grande número de espécies que se reproduzem assexuadamente; está amplamente distribuído em solos de regiões de clima temperado e tropical, sendo capazes de estabelecer relações benéficas com as plantas (MACHADO et al 2012;NIETO-JACOBO et al 2017).…”

“…contra os fitopatógenos e o fato de não serem patogênicos às plantas, são caracterís-ticas que tornam as espécies desse gênero atraentes como agentes de controle de biológico (HADDAD et al 2017;MARQUES et al 2018). Tais mecanismos envolvem a competição por espaço físico, água, luz e nutrientes; o parasitismo, que pode ser mediado pela produção de enzimas líticas e a antibiose, decorrente da síntese de metabólitos secundários com ação antimicrobiana (MACHADO et al 2012;KOTTB et al 2015;CHEN et al 2016;GONZÁLEZ & FUENTES 2017). Adicionalmente, certas linhagens de Trichoderma, além de possuírem habilidade para suprimir o crescimento de fitopatógenos, podem induzir resistência sistêmica (RSI) a doenças e/ou promover o crescimento das plantas, aumentando germinação das sementes, ramificação e crescimento de raízes, brotação de estacas, crescimento de ramos, incremento de área foliar e aumento no rendimento das culturas (MELLO et al 2020).…”

“…Metabolicamente, os fungos do gênero Trichoderma são adaptados para utilizar diversas fontes de carbono, nitrogênio, oxigênio e ferro, habilidade que lhes permite multiplicar-se rapidamente e colonizar a rizosfera antes do patógeno, ocupando os espaços onde há água, luz e outros meios para sobrevivência disponíveis. Desta forma, Trichoderma forma verdadeiras barreiras, impedindo que o patógeno atinja os sítios de infecção (MACHADO et al 2012).…”

“…respodem a estímulos químicos produzidos pela hifa do patógeno hospedeiro, crescendo em direção ao mesmo. Em muitos casos o hiperparasita é capaz de enrolar-se fortemente em toda a extensão do patógeno, penetrar as células e digerir seu conteúdo (CONSOLO et al 2012;MACHADO et al 2012). Contudo, a penetração não é de importância primordial e muitas vezes o simples contato físico de Trichoderma com as hifas do fungo são su-ficientes para que enzimas liberadas pelo primeiro cause alteração da permeabilidade de membrana e morte das células do fungo hospedeiro.…”

“…Trichoderma spp., ao se estabelecerem na rizosfera podem estimular o crescimento das plantas (GONZÁLEZ & FUENTES 2017;JALALI et al 2017). A promoção de crescimento tem sido relacionada à produção de hormônios, metabólitos secundários, maior eficiência no uso de alguns nutrientes, aumento da disponibilidade e absorção de nutrientes (MACHADO et al 2012;CHEN et al 2016;ESTRADA--RIVERA et al 2019). As plantas mantêm uma interação complexa com suas populações rizosféricas que é crucial para a assimilação de nutrientes e ao seu desenvolvimento.…”