A paralisia facial periférica (PFP) é caracterizada como uma lesão do nervo facial que altera as funções da musculatura da face podendo ser causada por fatores traumáticos, infecciosos, idiopáticos e outros. Naqueles casos que evoluem para a forma crônica, as complicações mais comuns são o ressecamento corneano e as sincinesias. Além disso, essa doença gera incapacidades físicas, psicológicas e sociais. Várias técnicas fisioterápicas foram propostas para o tratamento da PFP, porém, muitas não consideram a especificidade do sistema neuromotor facial e nenhuma se destaca como sendo a mais efetiva. Esse artigo faz uma revisão bibliográfica sobre o uso do biofeedback na PFP, ressaltando técnicas, características e efeitos do tratamento. O biofeedback é uma técnica que utiliza referências visuais ou auditivas por meio da eletromiografia, do espelho ou de outros recursos, para fornecer ao indivíduo informações sobre sua performance motora. Essa técnica associada a exercícios específicos tem sido apontado como benéfico no tratamento da PFP. Os principais efeitos alcançados são a melhora do controle e da coordenação do movimento e a redução da assimetria e sincinesia, por um processo de aprendizado motor. Fatores como início precoce, maior duração do tratamento, acompanhamento posterior e adesão dos sujeitos parecem influenciar a obtenção de resultados positivos. Apesar das inúmeras vantagens apontadas na literatura para a utilização do biofeedback na PFP, os estudos revisados não consideram a heterogeneidade dos sujeitos submetidos ao tratamento e não determinam quais características realmente alteram a recuperação dos indivíduos em tratamento com biofeedback. Além disso, os efeitos do biofeedback a longo prazo não estão estabelecidos e a manutenção de um programa domiciliar orientado parece ser necessário.