Objetiva-se compreender a síndrome de Münchhausen a partir da descrição das suas causas, dos critérios de identificação, dos sinais clínicos, do diagnóstico e do tratamento, bem como das assistências realizadas pela Enfermagem e pela equipe interdisciplinar com interface da Bioética. Trata-se de uma revisão narrativa de literatura de caráter exploratório reflexivo, com abordagem qualitativa. Realizaram-se buscas de estudos em periódicos publicados entre 2009 e 2019; a amostra final constituiu-se por 30 artigos, além de livros, manuais e normativas. Os resultados apresentados evidenciam o conhecimento da quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, no qual a expressão “síndrome de Münchhausen imposto a si próprio” foi substituída por “transtorno factício autoimposto”, e a “síndrome de Münchhausen por procuração” foi alterada para “transtorno factício imposto a outro”, quanto à bioética. Indivíduos com o distúrbio factício tendem a buscar tratamento para si mesmo ou para outro. O comportamento desses pacientes aumenta a probabilidade de terem realmente uma doença física e até mesmo ir a óbito, causado pelo excesso de uso de medicações e pelos diversos procedimentos invasivos. Portanto, conclui-se que identificar o quadro clínico pode ser uma das primeiras iniciativas para a detecção e a prevenção. O tratamento deve se concentrar no manejo, com a possibilidade do uso da psicoterapia e de antidepressivos, antipsicóticos e ansiolíticos. A equipe de enfermagem e a multiprofissional devem estar atentas a sinais e sintomas para uma intervenção precisa e precoce, pois desempenham importante papel na identificação adequada do diagnóstico.