O objetivo do artigo é analisar as relações de sociabilidades entre trabalhadores migrantes assalariados na dendeicultura e trabalhadores naturais residentes nas vilas rurais no Nordeste Paraense. A pesquisa foi realizada no âmbito do Projeto Agricultura Familiar e Inclusão Social (AFInS). Foram realizados levantamento do tipo survey com 144 atores-chave, entrevistas semiestruturadas com 30 trabalhadores assalariados (27 homens e 3 mulheres) e entrevistas abertas com 9. Os resultados mostram que 90% dos trabalhadores são homens e 10% mulheres, 86% têm de 20 a 40 anos e são predominantemente paraenses (90% do Pará e 10% do Maranhão). A chegada da dendeicultura provocou mudanças na morfologia das vilas com novos bairros, abertura de negócios e inauguração de espaços de lazer e religião. Nos lugares de residência, lazer e trabalho os trabalhadores têm interações específicas. O prazer da sociação é marcado pela origem dos trabalhadores e evidencia-se mais fortemente nos lugares de residência (entre migrantes) e no trabalho (entre migrantes e naturais).