“…Recorrentemente na história da música, afirmações verbais serviram de sustento ou mesmo de justificativa para procedimentos criativos. Nessa história construída por contínuos processos de "transformações, admissibilidades, rupturas e continuidades", como descreve Celso Chaves (2014), nota-se que, geralmente, o compositor recorre ao discurso verbal para validar ou esclarecer suas decisões composicionais descrevendo processos criativos e evidenciando as relações dialógicas (diálogo com a tradição, com outras obras, com a teoria) da sua obra. Chaves expõe que em épocas de rupturas, ou seja, em momentos que há grandes mudanças dos paradigmas da composição musical, é quando "música e teoria necessitam estar juntas como elementos de resistência e de mudança, com o efeito de ampliar o campo das admissibilidades" (CHAVES, 2014, p. 207).…”