Trabalho, saúde e migração nos canaviais da região de Ribeirão Preto (SP), Brasil: o que percebem e sentem os jovens trabalhadores?

Abstract

A migração de jovens do nordeste brasileiro em busca de emprego na região Sudeste é historicamente recorrente. Este estudo objetivou compreender como jovens trabalhadores foram atraídos para o corte de cana-de-açúcar na região de Ribeirão Preto (SP) e conhecer como percebiam suas condições de trabalho e suas repercussões em sua saúde. Na pesquisa, de abordagem qualitativa, foram entrevistados 14 trabalhadores migrantes do Maranhão, de ambos os sexos, com idades entre 18 e 24 anos, entre julho de 2008 e maio de 2009. Os relatos obtidos indicaram que a migração dos jovens trabalhadores em busca de trabalho não foi uma opção, mas a única alternativa frente à realidade na região de origem. Revelaram sentimento de frustração quando perceberam que o trabalho real era bem diferente do imaginado. Os jovens apresentaram desesperança quanto às suas perspectivas de futuro e demonstraram preocupação com as possíveis consequências para sua saúde. Apesar de explicitar desapontamento com a realidade, manifestaram intenção de retorno para as lavouras da cana em outras safras, mostrando conformismo com sua realidade social. O estudo possibilitou aprofundar conhecimentos acerca da exploração da força de trabalho empregada na cultura da cana-de-açúcar na maior região produtora do país, mostrando que os trabalhadores percebem como precárias e desgastantes as condições a que são submetidos.

Sugarcane industry's socioeconomic impact in São Paulo, Brazil: A spatial dynamic panel approach

“…This gives evidence that producing regions may bear a proportionally greater burden in the generation of the sector's benefits (Martinelli and Filoso, 2008;Ribeiro and Ficarelli, 2010;Galiano et al, 2012).…”

Sugarcane cutting work, risks, and health effects

“… Anchieta Messias et al 56 (2012) Cross-sectional exploratory study Evaluation of the posture in the work of a group of sugarcane cutters Pontal do Paranapanema, SP, Brazil The movements and postures adopted during the work can predispose the cutters to repetitive strain injuries. Galiano et al 72 (2012) Qualitative study Evaluation of the reasons of young people seeking work as sugarcane cutters and how they perceived their working conditions and health repercussions (n = 14) Ribeirão Preto, SP, Brazil The data suggest that the migration of young workers in search of work was not an option, but the only alternative to the reality in their region of origin. They have expressed hopelessness about their prospects and concern about the possible consequences for their health.…”

The social construction of “shared growth”: Zambia Sugar and the uneven terrain of social benefit

“…The casualization of formal‐sector jobs that once provided fixed benefits and regular employment in the sector has also been observed to undermine remittances to rural areas and “reduced the capacity to invest in agriculture or to cover food shortages with food purchases” (O'Laughlin, , p. 176). Job conditions in the sugarcane industry are among the worst reported in the literature, marked by high levels of casualization, poor hygiene and nutrition, exploitative working conditions resulting from performance‐based compensation schemes, violence by company security guards against workers, and debt peonage (Balsadi, ; Galiano, Vettorassi, & Navarro, ; O'Laughlin, ; United Nations Environment Programme, ). Clearly, not all jobs are created equal in terms of their poverty alleviation potential.…”

“…If this was found to be standard practice among commercial outgrowers (we lack the necessary data to evaluate this), one would expect very limited livelihood gains to be associated with the 65% of the recent expansion of the area under cane. With labour outsourcing linked in the literature to exploitative labour conditions (Coslovsky & Locke, ; Galiano et al, ), one might also ask how Zambia Sugar's heavy reliance on commercial outgrowers deflects responsibility for (and scrutiny of) labour relations.…”