Trabalho em enfermagem: análise da tendência dos salários no Brasil

Abstract

Objetivou-se analisar a tendência da remuneração dos profissionais de enfermagem no Brasil. Trata-se de estudo transversal que utilizou dados secundários obtidos da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) que compila informações da atividade trabalhista no País, possibilitando a identificação da diferença entre a remuneração de profissionais de enfermagem de níveis superior e médio, nos anos de 2003 e 2018. Analisaram-se as variáveis Classificação Brasileira de Ocupações-CBO 2002, horas contratadas e valor da remuneração média nominal, corrigindo-se valores financeiros pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo. Evidenciou-se que a remuneração de enfermeiros e técnicos aproximando-se nos últimos 15 anos; há discreta estagnação do valor recebido pelos enfermeiros; aumento real do valor recebido pelos técnicos, que acompanhou o salário mínimo. A composição dos trabalhadores com carga horária semanal de 40 a 44 horas modificou-se; ocorreu expansão de 94,9% na quantidade de vínculos entre 2003 (350.470) e 2018 (682.532) e modificação na proporção entre grupos. Em 2003, tinha-se 84,4% de técnicos e 15,6% de enfermeiros; em 2018, 71,4% técnicos e 28,6% enfermeiros. Os resultados evidenciam tendência de aproximação entre a remuneração salarial da equipe de enfermagem, diminuição relativa no número de técnicos e aumento relativo no número de enfermeiros.

Profissionais de enfermagem de nível médio: série temporal salarial em dez anos

“…A presente pesquisa apresenta a tendência dos salários recebidos pelos técnicos em enfermagem no primeiro emprego na região de Curitiba, estado do Paraná, apontando valores médios acima do salário-mínimo nacional vigente no país. Estudo realizado em um panorama nacional identificou que o salário dos técnicos em enfermagem seguiu o aumento do salário- Research, Society andDevelopment, v. 10, n. 16, e346101623840, 2021 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i16.23840 mínimo nacional, contudo no período de 2013 a 2018 este aumento representou somente 0,7% em relação à média encontrada (Vieira et al, 2021), dado semelhante ao observado na presente pesquisa. Não obstante, apesar desta permanência superior ao salário-mínimo nacional, estes valores encontram-se aquém dos salários pretendidos por estes profissionais.…”