Trabalho e política no cotidiano da autogestão: a rede Justatrama

Abstract

Este artigo apresenta uma pesquisa de doutorado que objetivou compreender as principais relações entre trabalho e política no cotidiano de uma rede autogerida. A Justa Trama reunia à época aproximadamente seiscentas pessoas, de sete empreendimentos econômicos solidários, de todas as regiões brasileiras, abarcando grande parte da cadeia produtiva do algodão agroecológico. Um extenso trabalho de campo, de caráter etnográfico, permitiu acompanhar as atividades políticas da rede entre 2010 e 2012. A filosofia da vida cotidiana de Agnes Heller foi o principal referencial teórico deste estudo. A rede revelou-se dialeticamente como organização de trabalho, cujo fim é gerar renda, e como organização política, de resistência ao modo de produção capitalista. Concluiu-se ainda que a política, no cotidiano da autogestão da rede, pode ser entendida como trabalho. E o trabalho, por sua vez, pode ser tomado como objeto da prática política dos trabalhadores.

Institutional dimension for sustainable development: the relationship of organic and conventional cotton farming with government

“…• Strengthened social autonomy of rural populations; (Andrada & Sato, 2014;Serva & Andion, 2004;Faria & Pereira, 2012;Alves et al, 2008;Assis & Romeiro, 2002) • Business labor relations in agro-industrial systems;…”

“…In organic cotton farming, rural populations have greater social autonomy, which is expressed by their capacity of defining their standards, which are officially recognized in the legal apparatus (Serva & Andion, 2004). This results from an engagement in participatory certification processes and the formation of solidarity economies based on self-management (Andrada & Sato, 2014). In contrast, rural populations in conventional cotton farming are subjected to the already structured conditions of their agro-industrial system.…”