“…O desafio que se apresenta, e que este dossiê pode vir a responder, é que classificar assim as maneiras de produzir críticas dos distintos grupos presentes no espaço público brasileiro contribui para uma ideia inadequada de que essas pessoas se contrapõem à ciência, quando na verdade elas se utilizam de outras formas do conhecimento científico (OLIVEIRA, 2020;QUINAN, TOTH, 2020;OLIVEIRA et al, 2021;MONARI et al, 2021). Tomando a ciência como parte constituinte do mundo, podemos afirmar que, portanto, os movimentos chamados 'negacionistas' não são anticientíficos, mas paracientíficos, pois não só se utilizam da linguagem científica para construção de suas narrativas, muitas vezes, classificadas como 'desinformação', mas também atribuem outros sentidos aos enunciados científicos, tais como: método, evidência, prova etc.…”